Bruna Lombardi nunca contou nas redes ou nas palestras se existe algum aparelho incrível-novo-milagroso pra manter a beleza e o vigor intactos. Segundo consta, a atriz, escritora e palestrante tem 70 anos, o que não mudou em nada tê-la como referência em beleza. Nos últimos anos, Bruna vem se dedicando ao lado escritora e palestrante sobre bem-estar, tendo o autoconhecimento como um dos pilares, compartilhado com quem interessar.
Ela é carioca, mas vive entre Trancoso, São Paulo e Los Angeles. Até o início da pandemia, o Rio entrava nessa lista, mas a casa da família no condomínio Jardim Marapendi, na Praia da Barra, foi vendida há quase dois anos: “Era muita casa para administrar”.
Neste fim de semana, ela voltou à sua cidade para apresentar a exposição “O Futuro do Ser”, numa grande estrutura montada na Praça Mauá, em frente ao Museu do Amanhã, uma experiência imersiva e artística sobre o papel da ciência na longevidade humana, sábado e domingo (25 e 26/03), uma ação da farmacêutica japonesa Daiichi Sankyo. “Bruna foi escolhida como embaixadora porque ela é referência quando o assunto é bem-estar e qualidade de vida”, diz Marcelo Gonçalves, CEO da Daiichi.
O conceito artístico tem o objetivo de colocar o observador como protagonista do conhecimento ao usar recursos tecnológicos sensoriais com imagens, sons e efeitos visuais.
No mais, entre os compromissos profissionais, Bruna, a atriz, já começou a planejar uma dupla comemoração para agosto: seus 71 anos e 45 de casamento com o ator Carlos Alberto Riccelli, com quem tem seu único filho, Kim, de 42 anos.
Você se divide entre Trancoso, São Paulo e Los Angeles há 20 anos. De onde vem essa energia? Qual a frequência e o que mais a atrai em cada uma dessas cidades?
Isso foi acontecendo espontaneamente. Sempre trabalhei entre São Paulo e Rio. Trancoso é meu lugar de férias; tenho uma casa pé na feira, feita para relaxar e ter contato com a natureza bem de perto. SP continua sendo o lugar onde trabalho, no pique das coisas, o meu escritório é lá. E Los Angeles, que eu amo, é onde fica a sede da minha produtora. Tenho uma relação muito gostosa com LA porque é uma antena do mundo, antecede tudo o que vai acontecer, é uma geradora de tendências, de inovação. E Trancoso, ah!, Trancoso é relax em estado bruto.
Você é carioca… Por que não o Rio? De que mais gosta e menos gosta na cidade?
Até pouco tempo atrás, eu tinha uma casa no Rio, na Barra, no condomínio Jardim Marapendi, em frente à praia. Cheguei a alugar para uns amigos por um tempo. Mas aí, quando começou a pandemia, acabamos vendendo. O Rio é a cidade mais linda do Planeta. O que Deus fez aqui é impecável, você nem acredita. Agora, o que o homem está fazendo com a cidade é que é muito ruim: tanta corrupção, desgovernos, tanto coisa errada…
Num post, você diz que começou a trabalhar muito cedo, aos 14, e a vida sempre foi um corre-corre danado, e agora continua. Como manter a serenidade no meio do “caos”?
Esse é o grande treino que fiz na vida e no meu trabalho. É muito fácil ser monge no Nepal, no Tibet, no Butão, lugares aonde já fui, inclusive. O grande desafio é ser zen no seu dia a dia. Por isso criei a Rede Felicidade, uma comunidade interativa que desenvolve e compartilha conteúdos e experiências que inspiram e motivam as pessoas, buscando o equilíbrio entre corpo, mente e espírito. O difícil é buscar equilíbrio em lugares como a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, a Avenida 9 de Julho… Sei que, às vezes, ao olhar em volta, parece que tudo conspira contra, mas cada um de nós tem o potencial de criar uma atmosfera positiva ao nosso redor. Quando a gente escuta o próprio corpo, compreende a importância de, às vezes, desacelerar. Eu sei que temos uma pluralidade de tarefas e que nos sentimos sobrecarregadas — tipo não posso parar agora… Mas é bom saber que, se a gente não se dá um momento de pausa, o corpo acaba nos pausando, concorda? Compreenda a importância do equilíbrio entre o trabalho e o repouso, e como isso é necessário pra gente funcionar melhor.
Você é um daqueles casos em que a pessoa olha e diz: não é possível estar há décadas com uma imagem tão incrível, mantendo o mesmo frescor. Além dos cuidados habituais com saúde (alimentação e atividade física), o que você faz, qual a sua poção mágica?
Essa pergunta é recorrente, sempre me fazem. Foi justamente pensando em achar resposta para essa e outras questões que criei o curso chamado “Beleza Holística”, pra responder de forma completa. A ideia é mostrar a abrangência do tema e o quanto setores dos mais diversos da nossa vida estão conectados. E é preciso termos certo equilíbrio em cada um desses setores. Coerência é a palavra: não adianta gastar uma fortuna de dinheiro na aparência física, fazer milhões de plásticas, e tratar mal as pessoas ao seu redor, entende?!
Medindo por você, a paz de espírito pode influenciar diretamente na beleza física? O que sugere para um início na espiritualidade, para quem está começando a pensar no assunto?
Completamente, a paz de espírito influencia na beleza — é certo que sim. Não é só um despertar um “preciso mudar algo”. Isso é muito raso. O importante é a busca de uma consciência maior: de como você, indivíduo, trata o Planeta, os seus semelhantes, quem está perto de você, até mesmo quem está longe, como você trata os animais… Tudo isso é um trabalho intenso, diário. Um mergulho que busca uma conexão com a natureza. No curso (Beleza Holística), por exemplo, ensino exercícios e dou ferramentas para serem usadas no dia a dia, nas pequenas e nas grandes coisas. Tentei aprofundar os bons e velhos “beba bastante água” e “faça exercícios físicos regularmente”, sabe? O mundo exige consciência. A vida pede resistência, e cada um de nós encontra, em seu propósito, como ter uma vida mais feliz.
Você diz que a única maneira de se preparar para o futuro é ter um propósito e que ele estaria ligado ao autoconhecimento. É isso?
Sem propósito, a gente fica à deriva, fica perdido mesmo. O que você tem à disposição para usar? Seus pontos fortes e fracos; digo não só para você mesmo como também para o seu coletivo. Ninguém é uma ilha, isolado. Somos um todo — o famoso “eu sou porque vocês são”. Integridade é a palavra.
Alguma dica para a felicidade?
Acho que as escolhas que fizemos não são por acaso. E, claro, cada um colhe o que planta. Mas acho que tudo tem uma coisa que colabora. Estou falando de energia. Desde que comecei com a Rede Felicidade faço um monte de campanhas e tento ajudar os outros, pensando no coletivo. Sempre acreditei que tudo no universo está conectado. Somos todos feitos da mesma matéria energética dos astros e corpos celestes. Dos oceanos e das montanhas. Nessa interligação, a felicidade do outro é fundamental para a minha, assim como a dor do outro me afeta inevitavelmente. E o amor é o poder maior que une tudo. A energia do todo, da qual fazemos parte, é resultado da energia que irradia e emana de cada um de nós.
Por Dani Barbi