A palavra ecologia foi inventada em 1866 por um discípulo de Charles Darwin, o cientista alemão Ernest Haeckel. O objetivo era substituir o termo biologia, cujo sentido era muito restrito em relação às descobertas de uma nova era. A Ecologia, ciência da economia, modo de vida, das relações vitais externas dos organismos etc., passou a significar literalmente “ciência do habitat”, da palavra “Ökologie”, junção dos termos gregos “oikos”, que significa casa, e “logos”, que quer dizer “estudo”.
Em 1895, a palavra apareceu oficialmente em um tratado feito pelo professor de Botânica Eugen Warming, de Copenhague; desde então, passou a ser reconhecida pela ciência. Mesmo depois de tanto tempo, ainda hoje temos dificuldade em entender e até mesmo praticar o conceito.
A realidade é que mudar hábitos é lento mesmo já que é preciso uma grande quantidade de pessoas agindo da mesma forma para que algo mude.
Não temos mais tempo a perder porque a natureza implora por um olhar mais respeitoso e mais inteligente, pois nossa codependência é uma realidade, e não apenas uma ideia. Sabemos também que dependemos muito mais da natureza do que ela de nós.
Como levar isso para arquitetura e para a casa? Vivendo com esse olhar em todos os setores da vida, notando a procedência do que consumimos, desde a alimentação, aos tecidos naturais para decoração, móveis com madeira certificada e produzidos de forma sustentável, eletrodomésticos com baixo consumo de luz e água, usar placas solares, fossas sépticas, procurar quem constrói com materiais sustentáveis cuidadosamente escolhidos, e assim vai…
Hoje, tudo isso é possível sem muitas dificuldades ou maiores custos. Existem milhares de arquitetos, construtores e fábricas que se dedicam a projetos sem destruir o entorno e a natureza. Evoluir, preservar e conservar… Basta querer!
Perguntamos à nutricionista e psicóloga Thais Araújo, especializada em saúde do instestino e comportamento alimentar, como levar uma vida orgânica? “Começo sempre me perguntando: o que realmente preciso? A verdade é que o menos é mais. O que eu preciso para viver bem, qual a minha real necessidade? Levo essa pergunta também para minha casa e procuro sempre um ambiente tranquilo e calmo. Sempre tive a necessidade de ter a natureza por perto; por isso, optei por morar afastada da cidade. Tenho horta em casa, apesar de não suprir as necessidades diárias. Adoro poder passar para os meus filhos esse contato, tirar o alimento da terra e, quando compro, além de orgânico, procuro saber a procedência e a forma de produção. O que emana de nós também está relacionado ao nosso estilo de vida”.
E continua: “Fazer essa metamorfose é muito saudável. Mudar hábitos faz parte dessa evolução como uma lagarta antes de virar uma linda borboleta. Viver o equilíbrio faz parte dessa busca em melhorarmos, saber o que nos faz mal, o que temos em excesso e o que realmente está faltando. Procuro melhorar sempre, mudando aquilo que não funciona mais. Trabalho em casa e vivo intensamente esse ambiente, me comportando da mesma forma como faço na minha vida. O equilíbrio e o bem-estar estão na sutileza dos detalhes, na calma e no que realmente faz sentido. Para virar uma borboleta, precisamos, enquanto no casulo (nos momentos de introspecção), nos perguntar sempre o que faz sentido e do que realmente necessitamos”.