Economia circular é o modelo econômico mais moderno que está revolucionando até mesmo o mercado da arquitetura, construção e design. É um conceito estratégico de modelo de negócios para um melhor uso de recursos naturais nos processos de fabricação, além de reduzir os descartes (lixos desnecessários) através da reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
Como esse novo olhar sobre o consumo afeta diretamente a nossa vida e a casa? Hoje somos conscientes da voraz e extrativista maneira de gerar produtos, recursos, conforto e subsistência. Tudo isso nos trouxe um novo pensamento sobre o consumo.
Sabendo que a inteligência da natureza baseia-se nisso, os consumidores atentos compram produtos de arquitetura, design e até mesmo alimentos que respeitam os ciclos naturais que se opõem à economia linear – uma produção que não respeita os ciclos da natureza, produzindo em grande escala, visando apenas às demandas do mercado.
Pensar nos ciclos naturais nos leva a pensar nos ciclos da vida e da casa, que está sempre se adaptando aos eternos movimentos e mudanças. A economia circular também é uma forma de pensar no futuro do Planeta. Nem sempre o que entendemos hoje como prosperidade está associado ao bem-estar da natureza; portanto, esse será o novo modelo econômico do futuro.
A arquitetura modular feita com materiais reciclados já está bem avançada e sofisticada, possibilitando resultados lindíssimos. No design, um sofá, peça fundamental na ambientação da casa, pode começar apenas como um pufe com um encosto removível que, através de módulos, pode aumentar ou não, de acordo com as necessidades da casa.
Capas de sofá fazem um novo sofá, sem precisar descartar o móvel; tecidos podem ser tingidos; paredes podem se transformar em painéis móveis que aumentam ou diminuem um espaço. A nova casa é circular, leve, plural – nada mais é estático ou linear.
Conscientes, estamos cada vez mais conectados à natureza e também mais associados aos ciclos naturais da vida e do Planeta.
Perguntamos à Tininha Tostes, dona da loja Covering, no mercado de decoração há 32 anos, como desperta nos seus clientes a necessidade desse novo olhar. “Procuro sempre mostrar que na casa não existem materiais específicos para cada espaço. Lógico, cozinha e banheiro, áreas molhadas exigem materiais condizentes com esse uso. Entretanto, procuro mostrar o reaproveitamento e a circulação de tecidos e materiais para os outros espaços, como cortinas que podem estar na sala ou no quarto, almofadas e mantas também”.
E continua: “Não existe uma situação estética estática para a casa: tudo está em movimento e em novos usos. Estimulo esse olhar para quem procura nossos produtos. Cortinas podem ser transformadas com novas bainhas ou alongadas com novos materiais para outros espaços, nos diferentes momentos da nossa vida, ou para a nova casa. Novas capas de sofá transformam completamente um sofá antigo em um novo e supermoderno. Gosto de passar esse olhar de mobilidade e da nova economia mundial para quem nos procura – isso é rotineiro. Acredito muito no cuidado com a natureza que se expande também nos gastos e na consciência, quando escolhemos nossos produtos para expor na loja. Sem respeitar nossos recursos naturais, podemos até ter uma casa elegante, mas, com certeza, uma casa sem saúde!”