Cozinha é uma arte que envolve cuidado, amor e nutrição. Quando ainda vivíamos nas cavernas, descobrimos que a segunda principal função ali era a alimentação, um momento de união para conversar e desenhar nas paredes, deixando as marcas do passado para contar a história de uma época.
Como se vê, já decorávamos esses espaços de acordo com as necessidades, assim como fazemos hoje em nossas casas urbanas, confortáveis e tecnológicas.
O ato de cozinhar é familiar, de socialização. Atualmente vemos, na arquitetura vernacular (um estilo que se baseia no uso de materiais e técnicas construtivas que valorizam a preservação do meio ambiente), que os outros espaços da casa foram criados em torno da cozinha. E é justamente nessa arquitetura espontânea, geralmente rural, que nos sentimos acolhidos.
Os fabricantes de cozinhas modernas se adaptaram aos materiais naturais e sustentáveis e os equipamentos são de tecnologia de baixo consumo de energia e água e, além de tudo, ficam escondidos.
Seria uma delícia a sensação de ter um fogão a lenha, mas, com a atual tecnologia, sem a fumaça da madeira. Hoje, preferimos ter um conforto visual a um design cibernético espacial; hoje vemos que a natureza ganhou do design.
Perguntamos ao arquiteto Vinícius Aguiar, diretor comercial da Ornare, como é o mercado da cozinha e como ela influencia um projeto. “Diria que, em 99% das reuniões, a cozinha tem um papel norteador do que é objetivo e desejo em comum de uma família. Diferentemente dos dormitórios e suítes, que abrigam o infinito particular de cada um, a cozinha é o abrigo coletivo das necessidades da casa e seus integrantes. Portanto, ela sempre é uma mescla das principais características e, na maioria das vezes, qualidades de seus proprietários. Resumindo, é fácil se sentir bem num local composto pelo melhor de cada um”, diz.
Acredita que a cozinha é a alma da casa? “Acredito que sim. A configuração de família mudou muito através dos anos, historicamente do início de 1800 até 1840, início da Revolução Industrial, as famílias tinham, em sua composição; muito além de pai e irmãos, havia avós, tios etc., e a cozinha já era protagonista. Com o avanço tecnológico, até o final do século em questão, o núcleo familiar reduziu para como o conhecemos, mas a cozinha, que, antes era muito ocupada por empregados, com a redução numérica, passou a ser ocupada cada vez mais pelos donos e moradores. Essa mudança, trouxe de forma marcante, a personalidade e vida para esse espaço. A alma passou a habitar mais o centro criativo alimentar do lar moderno”.