Os comentários sobre Lygia Fagundes Telles ocultar sua idade, subtraindo cinco anos, continuam. Em matéria recente da Folha de São Paulo, foi revelado que a escritora nasceu em 1918, e não em 1923, como declarava. Na mesma Folha, a psicanalista Vera Iaconelli escreveu nesta segunda (11/04): “É comovente que uma mulher considerada imortal pela grandiosidade de sua obra sentisse a necessidade de alterar a própria idade. Embora não possamos jamais saber suas razões, não seria de estranhar que temesse que o peso dos números afetasse o julgamento sobre ela.”
Procurado, o psiquiatra Arnaldo Chuster comenta: “Se uma pessoa não tivesse a informação contida em sua carteira de identidade, saberia ela dizer quantos anos tem? Que critérios usaria para definir sua idade: a aparência ou os sentimentos? Como escritora, ela tinha a idade que sentia que deveria ter. E quem se importa com isso certamente não teve a mesma qualidade de vida psíquica que Lygia teve.”
Sobre a informação ser vazada depois de sua morte, ele completa: “Não pode defender-se, mas isso sempre é feito pelos politicamente corretos. A companhia ideal para eles são os mortos: não reagem, não reclamam, não discordam da tirania.”