O Cooking Buffet, em Botafogo, de Adriana Mattar e Ana Cecília Gross, com 22 anos de alto conceito no mercado carioca, passou por recentes adaptações, como todos que atuam nessa área. Conversamos com Adriana sobre as mudanças, as quais a empresa já se adaptou muito bem: “Expandimos o nosso delivery Cooking to Go, permanecemos sempre bastante ocupados apesar da escassez dos eventos durante a pandemia, que sempre foram nosso foco principal” diz ela que no auge da crise da covid fez cursos variados: “Acho que foi a maneira que achei para me anestesiar de tantas notícias tristes e perturbadoras à minha volta.”
O quanto a sua empresa, Cooking Buffet, e outras desse segmento, foram afetadas pela pandemia?
De repente ficamos sem festa alguma acontecendo e tivemos que nos voltar para o delivery que era o que as pessoas estavam desejando naquele momento. Como já tínhamos este serviço, foi a oportunidade de aprimorá- lo. Nossas vendas de entrega se multiplicaram por 5. E teve toda a questão da segurança mais rígida com o uso de máscaras, luvas e até face shields durante o período mais grave. Outra coisa foi o revezamento da equipe para ter apenas o mínimo necessário de funcionários trabalhando ao mesmo tempo.
Pode traçar um mapa do que passou pela sua cabeça nesse percurso?
No começo da pandemia achamos pela primeira vez em 22 anos de existência que o buffet iria fechar e nos deixou muito em alerta. Isso foi um estímulo de sobrevivência que fez a gente trabalhar com mais vigor. Quisemos arrumar mais todos os nossos processos. Melhorar nossa comunicação com os clientes. E assim buscamos vários novos parceiros para nos apoiar, todos remotos e ótimos. Tornamos o nosso financeiro remoto e isso foi surpreendente, bem mais eficiente. Além de equipe de marketing, impulsionamento digital, geração de conteúdo, novas embalagens, várias novidades surgiram, sentimos um claro amadurecimento e uma renovação na empresa.
E agora, na volta dos grandes eventos, o que você observa de mudança neste momento?
Observamos uma alegria enorme das pessoas em poderem se encontrar de novo. O número de faltas está praticamente zero. Todo mundo vai. E temos novos cuidados que acho que serão incorporados para sempre. Ninguém mais quer compartilhar uma tigela de castanhas ou qualquer outro item com a festa inteira. As porções tendem a ser individualizadas. Faz todo sentido.
E o comportamento das pessoas?
As pessoas andam preferindo marcar tudo mais cedo. E temos feito festas com testes rápidos na porta ou comprovante de vacinação e teste até a véspera do evento. Não sei até quando estes cuidados vão durar.
Os eventos mudaram e quanto ao tamanho?
As pessoas perceberam o prazer de fazer eventos menores. E ninguém mais pode se sentir ofendido por não ter sido incluído. Espera-se que haja uma escolha necessária de quem você deve convidar. Mas já recebemos pedidos para festas de 300 ou 500 convidados para o ano que vem.
Estão fazendo pedidos que vocês desconhecem?
Estão pedindo equipes menores de trabalho, o que nos preocupa porque pode afetar a qualidade do serviço.
O que saiu e o que entrou na vida de uma grande banqueteira?
Entrou o delivery sendo tratado com a mesma atenção que a comida de festa, entrou o bolinho individual para ser assoprado e outro maior para ser servido e saíram as porções coletivas.
O seu olhar para um futuro próximo vai em que direção?
Vejo o mundo seguindo para um lugar melhor, com mais afeto entre as pessoas e todos tendo mais cuidado pelo seu corpo e pelo Planeta que tanto precisamos para viver. Acho que aprendemos muito nestes últimos dois anos de tantas frustrações e desafios e desenvolvemos mais adaptabilidade, o que vai ajudar a todos no futuro.