Cada um nasce com uma capacidade específica de suportar aquilo que lhe incomoda. E, no quesito obra, em que a casa sofre uma operação sem anestesia, essa capacidade se intensifica. Geralmente as pessoas são movidas a propósitos e metas, e ter maturidade para entender que, depois de um desconforto, tudo pode voltar a ser bem melhor é importante.
Mas esse limite entre o suportável e o insuportável é pessoal e intransferível. O que os arquitetos podem fazer é suavizar o processo e sempre se disponibilizarem para a obra atingir o objetivo do cliente. Damos algumas dicas que podem suavizar o processo: primeiro é saber o que você quer, ter referências que possam ajudar o projeto, entender o projeto e aprovar os orçamentos da obra o mais rápido possível; em seguida, entender o prazo de entrega de cada item e de todas as etapas.
Por exemplo, para colocar um revestimento numa cozinha ou banheiro, primeiro temos que fazer as tubulações, deixar as paredes niveladas e emassadas para receber o material. Essas etapas têm seu tempo, assim como qualquer obra tem vida própria. Vai depender do tamanho e da complexidade da execução porque existem reformas mais complexas, como construir do zero.
Perguntamos a Cris Senna, designer de joias (dona da Lafitte), sobre o incômodo de uma obra: “Gosto e é necessária — não para manter, mas para modernizar. Sou superdona de casa, então, não tenho nenhuma objeção à obra. Entendo as dificuldades e abraço todas, desde que minha casa fique linda e conservada. Quando é um novo projeto, ainda me adapto mais, porque adoro acompanhar cada etapa e ver uma ideia sendo concretizada. Não me torturo, nem torturo o arquiteto, pois entendo, também sendo designer, que passamos por etapas até a execução. E isso eu chamo de processo criativo. Respeito e adoro; afinal, o processo leva tempo e dedicação. Amo obra e ter minha casa impecável e sempre moderna!”