A vereadora Duda Salabert (PDT), primeira transexual eleita em Belo Horizonte, ter atendimento negado (publicado em matéria de Cristina Camargo, da FSP), em um salão de beleza, nessa segunda (25/10), pode mostrar bem onde estamos, digamos assim.
Mal comparando, semana passada, saiu matéria destacada no NYT sobre Kyrsten Sinema, com todas as honras sobre a primeira mulher a representar o Arizona no Senado, e também a primeira abertamente bissexual, chamando atenção para o glamour do figurino: “Congressista mais colorida da América”. Às vezes, um vestido é apenas um vestido; às vezes, é uma estratégia: Sinema já foi trabalhar com uma camiseta legendada: “Criatura perigosa”. Seu vestido com uma capa branca para o julgamento de impeachment de Donald Trump, em janeiro de 2020, foi aplaudido.
Enquanto isso, no Brasil, a vereadora mais votada na capital mineira (com 37.613 votos), sofre ameaças e não consegue nem fazer as sobrancelhas. E para registrar: pelos dados da Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 80 pessoas trans foram assassinadas no Brasil no primeiro semestre de 2021.