O artista visual Ribahi inaugura a individual “Gênese”, no Centro Cultural Correios, dia 9 de setembro, com 11 obras em quartzos, ônix, fuchsita verde, pedras, vergalhões, arame e latão, materiais brutos que, através das suas mãos, ganham representações sutis. E sob a curadoria de Charles Cosac (nome inesquecível como editor da Cosac Naify), que quebrou seu ano sabático, no Rio, para este trabalho pontual, ele não tem a intenção de seguir na profissão. A história dos dois se mistura com parentesco tímido (são primos distantes) e um certo encantamento de Charles pelo trabalho de Ribahi: são primos distantes. Charles viu a sua mostra ano passado, adorou uma das peças e resolveu ser o curador da próxima exposição, que é exatamente esta.
“O curto caminho percorrido pelo artista, dos anos 2018 a 2021, é coerente e promissor, e essa mostra traduz seu rápido desenvolvimento e maturidade desde sua última exposição coletiva, Encantos, de 2019”, diz Charles.
“Deixei os estudos de Engenharia para entrar em uma companhia teatral. Essa paixão pelo teatro me levou à Itália, e por ali fiquei. Fundei minha produtora e, por 25 anos, criei, dirigi, escrevi e atuei. No início, imaginava minhas peças como joias; utilizava as mesmas técnicas e os mesmos materiais. Pedras e metais. O metal transmite solidez, as pedras, emitem luz. Minha experiência trabalhando em uma fábrica de joias na Tailândia foi fundamental para um primeiro momento da minha carreira, uma vez que lá tive a oportunidade de aprimorar técnicas que empreguei nas primeiras criações. Em 2016, depois de 27 anos como emigrante, retornei para o meu amado Rio”, completa Ribahi.