A casa multifuncional parece uma experiência comum atualmente, até porque fomos forçados a viver assim com a pandemia, sem aviso prévio ou preparo para esse novo espaço. Fizemos mudanças básicas e mínimas, como acrescentar uma cadeira aqui, colocar uma mesa ali, mudar a iluminação, a cor, as texturas, e nos moldarmos ao local pela função que executamos.
Quando projetamos e ambientamos um escritório de advocacia, com certeza pensamos de modo diferente do que quando projetamos um consultório médico, e assim por diante. Isso sem falar nas especificidades de cada pessoa. Sabemos que trabalhar num lugar confortável aumenta a nossa produção, melhora nosso desempenho e assim por diante.
É muito importante para nós, arquitetos, contextualizar esse novo espaço de trabalho para projetar uma casa multifuncional da forma mais agradável e acolhedora possível.
Hoje, com certeza, a nova sala pode estar em plena comunicação com a cozinha, com a área, o banheiro, um espaço funcional de trabalho e quarto. Não importa o tamanho nem quantos quartos essa casa vai ter.
Pensando nisso, falamos com a artista plástica Rose Klabin, que tem mais de 12 anos de carreira, o mesmo tempo em que ela saiu do Rio e foi morar em São Paulo, fazendo um trabalho extremamente feminino em seu ateliê/casa, onde produz obras com diversas técnicas: fotografia mista, vídeo e esculturas em mármore. Seu trabalho faz parte de coleções privadas, como as de Agnes Gund, James D. Robinson III e Aldo Cossuta, em Nova York; da Coleção BGA-Brazilian Golden Art (BGA-SP); e de coleções públicas permanentes, como a do Instituto Moreira Salles, na Gávea.
“Meu trabalho se baseia no conflito, na investigação, nos limites e pelas dimensões do corpo feminino. Vejo a casa como uma dessas dimensões, um corpo que abriga, uma segunda pele da minha primeira plataforma. Enxergo meu espaço privado como um corpo e observo como ele se comporta no dia a dia, e interajo da mesma forma. Assim como eu tento harmonizar e alinhar meu corpo físico, também levo essa tentativa para o meu espaço. Além disso, também coloco nele informações sobre aquilo que constrói a minha identidade. Tenho não só os meus trabalhos como também obras dos meus amigos artistas, que influenciam e informam a minha pesquisa.”
Abaixo, alguns trabalhos de Rose:
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