Caminhamos, cada vez mais, para o ideal do conforto concreto e visual, do bem-estar individual e coletivo. A obsessão pelo design e pela moda vem perdendo força e intensidade gradativamente. Os novos designers se preocupam tanto com as novas formas quanto com o uso dos materiais e produção.
A forma esbelta delgada do design pelo design deu espaço para as formas acolhedoras, confortáveis e suaves. As casas jovens e modernas deram espaço para as artes com muito mais intensidade do que para os designs. O reúso e o ressignificado viraram uma febre entre os jovens donos de casa.
Estamos sempre sendo estimulados a buscar lojas que procuram dar espaço para esses novos materiais e estética. Usar aquilo que estava abandonado, forrar, mudar ou mesmo ressignificar têm sido uma constante.
Vemos isso nas lojas atemporais, onde o design, na verdade, transformou-se numa reinterpretação de móveis de outras épocas. Os moderninhos estão investindo em quadros e esculturas e aproveitando todos os móveis que eram dos avós e que, antes, estavam desvalorizados.
Perguntamos à advogada Antonia Souza Campos, que trabalha com crianças em creches e orfanatos, sobre essa nova tendência, e ela respondeu: “A casa tem que ter uma ligação direta com os donos; usar móveis com história faz parte desse olhar. Gosto de mostrar que tenho história, uma família que usava isso ou aquilo. Na minha casa, tem até a almofada no sofá que a minha avó usava com o monograma na cama dela. O banco de maquiagem da minha outra avó também fica na mesa de jantar. Não acho que precisamos ostentar nem mesmo usar coisas poderosas ou caras, mas as coisas que tenham valor afetivo para nós. Minha casa tem que refletir o novo olhar do mundo e também da minha nova forma de olhar o mundo moderno. Adoro arte, e isso está nas paredes.”