A internação de Maria Alice Celidônio, 83 anos, nessa sexta (12/03), com Covid-19, virou uma comoção no Rio: não só por ela ser igualmente querida em todas as classes, mas também por não ter convênio. Ela faz parte de um grande grupo carioca: pessoas conhecidas, muitas delas tradicionais, sem plano de saúde. A situação financeira de muitos, que já não vinha bem, piorou na pandemia. Vários que conhecem profundamente os códigos do alto mundo, digamos assim, jamais esperaram passar por isso.
Sobre a Maria Alice, que está internada na CTI da Fiocruz, deve precisar de ajuda ao deixar o hospital: “Ela está estável, com o pulmão pouco comprometido, com alterações inflamatórias da própria infecção. Esperamos um tempo relativamente curto de internação, com posterior acompanhamento médico e reabilitação”, diz a sua médica, Loreta Burlamaqui.
Em março de 2020, no começo da pandemia, ela disse aqui numa página de opinião: “Acho que, apesar de ter completado 83 anos agora, 19 de março, em plena quarentena, não me considero fazendo parte do grupo de risco: acho que sou apenas meio grupo de risco, já que tenho uma saúde que poucos jovens têm. Saúde total: mental, física e espiritual. Fiz uso recreativo de drogas quando mais jovem, como a maioria, e adoro uma cachaça. Mas me cuido muito: faço ginástica, alimentação saudável, sem fanatismo, como de tudo sem exagero. Faço ioga desde os 20 anos.”