Como você se sente com os acontecimentos em volta do comportamento dos governantes brasileiros nesta fase medonha da pandemia, cada vez mais surpreendentes? É o caso do “enfia no rabo”. Primeiro, foi o Presidente Bolsonaro, em janeiro, durante almoço com cantores sertanejos, sobre os gastos do governo Federal com alimentos, entre os quais, R$ 15 milhões em leite condensado, quando ele disse que eram pra “enfiar no rabo da imprensa”.
Nesta quinta (11/03), o deputado Eduardo Bolsonaro voltou com “enfia no rabo” sobre uso de máscara contra a covid. Nos tempos atuais, não duvide que vire chavão! Ouvimos especialistas no assunto, não em rabo, mas em classe: a consultora em etiqueta e comportamento Claudia Matarazzo e a jornalista e consultora de moda Gloria Kalil.
Claudia Matarazzo: “Em qualquer ambiente, formal ou não, profissional ou a lazer, mandar enfiar algo no cu é considerado agressão das graves – vai muito além de boas maneiras. Pode dar briga, incitar violência, gerar um BO. Que um deputado, cujo salário é pago por toda a população o faça, mandando a mesma enfiar no ânus a máscara (única proteção acessível em meio a uma tragédia sanitária), é inadmissível . Temos sido sistematicamente agredidos por essas grosserias, que, mais que isso, consistem em abuso. De tudo: de poder, de impunidade e de absoluta falta de educação e empatia. Causa espanto os que acham que isso é “normal” ou que foi no “calor da pressão“. Oi, cara pálida? Quer dizer que basta ter um dia mais difícil e pode mandar o outro enfiar no cu? É inadmissível. É repugnante.”
Gloria Kalil: “Esse é um caso simples de falta de educação. O que mais? Claro que quem vê um deputado federal e também um membro da comissão de Relações Exteriores dar uma declaração dessas, acha que a grosseria está liberada! O rapaz não tem a menor ideia do que seja civilidade!”