O artista plástico Edgar Duvivier, escultor de vários monumentos no Rio, vai homenagear o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, que, aos 85 anos, renunciou definitivamente ao Senado e à política do país, dizendo que “na vida, há um tempo para chegar e um tempo para se despedir”.
Para conseguir o dinheiro e fazer a estátua em tamanho natural, Edgar vai vender 50 miniaturas numeradas e certificadas — ele fez o mesmo com a de Clarice Lispector, que fica num banco do Leme, ao vender 40 réplicas da escritora, número insuficiente pela quantidade de pedidos. “Resolvi fazer o Mujica porque acho ele do caralho. Um presidente, filósofo, que apesar de ter sido preso por 12 anos, 3 deles na solitária, saiu sem pregar o ódio. Ele não enlouqueceu e continuou com sua vidinha simples, plantando flores, então ele é do cacete e serve de exemplo não só para nossos políticos, mas para todo mundo”, diz Edgar.
No entanto, o monumento ainda está sem dono. “Quando estiver pronto, gostaria de mandar à Manuela d’Ávila para instalar em algum lugar em Porto Alegre (a candidata do PCdoB, ferrenha opositora ao governo atual, vai disputar a prefeitura no segundo turno). Estou dando a vitória a ela e queria que isso se concretizasse. O Mujica foi indicado ao ‘Prêmio Nobel da Paz’ e não faltam lugares que o queiram”. O ex-presidente uruguaio, ao contrário de alguns políticos brasileiros, não precisa “lavar o passado”, se é que vocês me entendem.