Braços abertos sobre a Guanabara. Rio de Janeiro, gosto de você. Cidade mais linda do mundo. Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil. Isso é em que a mui leal e sincera Cidade de São Sebastião se transformou. Mas de onde viemos, esse ser Carioca, Maracanã, Ipanema? É disso que trata “Guanabara Canibal“, em cartaz no CCBB-Rio.
Depois de intensa pesquisa sobre as origens do Rio de Janeiro, o diretor Marco André Nunes e o dramaturgo Pedro Kosovski, da Aquela Cia., desenvolveram um espetáculo de luz e som que vai além de retratar um fato histórico, uma gênese. O foco é o que não consideramos, o que não vimos, aquilo que jamais reconhecemos. O Rio desprezou e canibalizou nossos ancestrais.
A pesquisa, feita para a criação de “Cara de Cavalo” e “Caranguejo Overdrive”, estimulou-nos a continuar a investigação acerca da nossa própria história. Ao reler “O Povo Brasileiro”, de Darcy Ribeiro, deparei com um poema de José de Anchieta sobre os feitos de Mem de Sá durante as batalhas que dizimaram várias aldeias tupinambás e consagraram o domínio de Portugal sobre o nosso território”, lembra Marco André.
Em cena, Carolina Virguez, Matheus Macena João Lucas Romero, Reinaldo Júnior e Zaion Salomão ocupam, com uma força, o palco, o texto, movimentando-se na mistura dos textos-referência, de escritores dessa época, com a música eletrônica que atualiza o tema. Continuamos a canibalizar nossas origens, nossas verdades, o verdadeiro espírito da Cidade? Responda se for capaz. Ou não perca “Guanabara Canibal”.
Serviço:
www.espetaculosonline.com