Com a perda da paz de espírito, digamos assim, durante a pandemia, o bruxismo cresceu muito; dentista virou atividade essencial — muita gente anda desgastando os dentes ou até coisa mais séria, como fratura da raiz, por exemplo. Os profissionais vivem tendo que fazer atendimento de urgência. Ouvimos três deles.
Gustavo Bastos: “Nunca fizemos tantas placas de bruxismo como agora! Provavelmente, com o estresse deste período, as pessoas estão rangendo e apertando os dentes muito mais. As placas de bruxismo, de ocasionais, passaram a ser essenciais aqui no consultório. Não passamos uma semana sem receber pacientes para esse tipo de urgência, com dentes desgastados, quando não, quebrados. Dores de cabeça e na face são queixas frequentes também. O uso de placas pode proteger os dentes e amenizar os sintomas.”
Karla Dias: “A tensão e a ansiedade provocadas pelo medo do vírus e, acho eu, por problemas financeiros têm fraturado muitos dentes durante esta pandemia. Nunca apareceu tanto dente quebrado no meu consultório. O apertamento das arcadas podem provocar lesões sérias, levando os dentes à necrose. Estou com muitos casos como esse.”
Renê Gerdes: “Tenho percebido que algumas pessoas estão ficando até com o rosto mais quadrado, apertando mais os músculos. Com base nos meus clientes, acho que o bruxismo aumentou muito devido à angústia e à depressão. Quem está aceitando mais entende o que está acontecendo. Posso dizer que, na minha clínica, algumas pessoas rangem tanto que até a porcelana vem se desgastando. Por razões óbvias, estou fazendo, pelo menos, mais 20% de placas.”