A colecionadora de arte Odaléa Brando Barbosa, que morreu em março de 2019, dona de propriedade no Jardim Botânico, num terreno de 12.000 m² planos, sempre teve o sonho de ver o casarão transformado no Instituto Jorge Brando Barbosa, uma homenagem ao marido, de quem sempre quis preservar a memória. Para isso, em 2015, Odaléa doou tudo ao Museu de Arte Sacra de São Paulo, sob a promessa de José Carlos Marçal de Barros, diretor do museu e nome respeitado na área, de, depois da sua morte, transformar no instituto com o nome do homem a quem amou e se dedicou a vida inteira, mesmo depois de viúva.
Na coleção começada pelo casal, que não teve filhos, e ampliada por ela, constam mais de seis mil peças, que vão desde trabalhos da artista inglesa Margareth Mee até, por exemplo, uma banheira de mármore, que foi de Dona Teresa Cristina, mulher de Dom Pedro II, além de mobiliário brasileiro, principalmente dos séculos XVIII e XIX, coroas de prata, prataria inglesa e muito mais preciosidades. A inauguração estava prevista para janeiro deste ano; até a missa já fora encomendada ao padre Omar Raposo.
Nesse meio tempo, apareceram um sobrinho e um filho de Jorge Brando Barbosa, que vivem nos Estados Unidos, interessados em saber o que tinha e o que não tinha: “Meu compromisso era transformar numa casa-museu, num instituto cultural, mas começaram a se intrometer em tudo. Já estou velho demais para me amolar”, diz José Carlos Marçal. E continua: “Resolvi tomar uma decisão para não perder tudo. Conheci um entusiasmado pelo Rio, o Paulo Marinho (empresário, suplente do senador Flávio Bolsonaro, presidente do PSDB-RJ), e agora ele é o diretor-executivo”.
Pela visão de Marçal, será construído um “prédio de cristal” com salas para alugar e endereço para grandes eventos. Ele cita o CasaCor como exemplo. “É preciso sustentar o instituto; alguém tem que pagar a conta”, finaliza o diretor do Museu de Arte Sacra, que continua fazendo parte do conselho. Talvez, já pensando em contas, os funcionários antigos foram demitidos recentemente. A propósito: as cinzas de Odaléa e Jorge estão no casarão.
Veja algumas fotos do Instituto: