Assim como em outras áreas, o mercado imobiliário está tentando adaptar-se às mudanças do momento coronavírus. Há 10 anos nesse mercado, vendendo e administrando imóveis, Andrea Tupinambá, por exemplo, está às voltas com a situação atual, buscando uma relação tranquila entre proprietários e inquilinos, diante dos inúmeros desentendimentos entre locatários e locadores com conflitos e, até mesmo, brigas. “Com o fechamento do comércio, escritórios, cancelamento de eventos e de várias atividades, locatários me procuraram, pedindo minha mediação para que houvesse uma carência no pagamento do aluguel. Muitos (proprietários) precisam dessa renda para viver, e tais valores fazem parte fundamental da sua sobrevivência. Foram surpreendentes os acordos que consegui”, diz ela, que procurou, então, analisar cada situação.
Um cliente, dono de um pequeno estabelecimento de alimentos, concordou em pagar o condomínio e o valor restante, em produtos; outro, diretor de uma agência de viagens, negociou passagens e hospedagens de acordo com a conveniência da proprietária; um terceiro fez permutas de diárias no seu hotel da Serra; outra preferiu voltar para a Noruega, ficando isenta de pagar aluguel da cobertura em Ipanema, até a pandemia acabar.
Esses são apenas alguns casos. Para os proprietários que não podem despejar os inquilinos atualmente (projeto do governo que proíbe decisões de despejo até 30 de outubro), é uma forma de se beneficiarem de alguma maneira, não perdendo seu locatário, e para estes, uma maneira de não prejudicar o locador, garantindo a boa relação e a continuidade do contrato.