A morte da embaixatriz Michele Corrêa da Costa, semana passada, deixa uma incógnita: era desejo do diplomata e escritor Sérgio Corrêa da Costa, de quem era viúva, que o apartamento da Avenida Atlântica, onde ela vivia, fosse doado para a Academia Brasileira de Letras, de onde ele era membro. Em conversas ao pé do ouvido, ninguém sabe se Michele manteve a vontade do marido, ou seja, esse testamento pode ter uma surpresa. Sérgio Corrêa da Costa, que morreu em 2005, serviu por mais de 45 anos no Itamaraty, em importantes postos, como os de embaixador em Londres, em Washington e nas Nações Unidas.
Michele, que era ótima anfitriã, e sempre considerada, no meio diplomático, mulher de personalidade muito forte, foi enterrada no mausoléu da ABL, no cemitério São João Batista, em Botafogo. Sua morte foi surpreendente, digamos assim, apesar de há anos viver às voltas com um câncer, principalmente para aqueles que a encontraram recentemente em Paris, alegre e com ótima aparência.
E aqui uma historinha, às vezes, lembrada quando surge o nome de Michele: durante um almoço na casa do marchand Arnaldo Brenha, então no Jardim Botânico, em 2011, acompanhada pelo cirurgião plástico Rawlson de Thuin, de quem era amiga, a embaixatriz se deu conta de ter perdido um anel de brilhante, que jurava ter chegado ali com ele. Foi procurado à exaustão e nem sinal. Semanas depois, quando percebeu um brilho ofuscante no jardim, num sol escaldante, Brenha foi ver o que era: achou o anel e providenciou a devolução. Ela, claro, nem esperava mais ver o seu diamante e, certamente, ficou bem feliz!