Uma casa com gatos, cachorros, passarinhos é fofa e fica linda na foto. Mas como é essa logística na prática? Vemos, hoje em dia, inúmeras clínicas veterinárias e lojas especializadas em comidas, remédios, tosa de cães e gatos, outras especializadas em animais exóticos etc.
Além disso, temos lojas de decoração que, alinhadas aos novos olhares, também desenvolveram móveis camas, pratos de comida etc. por designer que também aderiram a esse comportamento moderno. São camas assinadas com designs criativos, sofás com adaptações para os bichinhos e uma infinidade de materiais resistentes a unhas e outros desgastes. E, se esse comércio cresce de forma exponencial, é porque existe grande demanda.
Na verdade, quanto mais nos conectamos virtualmente, mais temos a necessidade de nos conectar de verdade. Então, como é uma casa realmente adaptada e preparada para criar cachorro, gato ou outro bicho doméstico?
Em primeiro lugar, é preciso contar com materiais resistentes, laváveis e funcionais, com aberturas e muita ventilação — se tiverem espaços abertos ou varanda protegida, ainda melhor. Outro aspecto importantíssimo é a responsabilidade e consciência de que esse animal vai precisar de cuidados, atenção e muito carinho.
Como qualquer ser vivo, o animal é dependente, portanto, para ter um em casa, necessita-se de tempo, limpeza, alimentação correta, muito ar fresco e limpo para uma existência digna.
Claro que o ideal seria ter cachorro e gatos numa casa com jardim de portas abertas, mas podemos tê-los em apartamentos charmosos e bem acompanhados com esses animais que são puro amor!
Para saber mais sobre como criar animais em casa, falei com duas ativistas. Para eles, possuir animais significa ter e doar amor e muita dedicação. Comprar ou adotar é coisa séria.
Alexia Dechamps dispensa apresentações. A atriz é apaixonada por cachorros e gatos e, no seu perfil no Instagram, tem um olhar antenadíssimo para o bem-estar e a qualidade de vida desses animais. “Tê-los em casa é o maior presente que uma pessoa pode se dar. Chegar em casa e ter aquele bichinho, feliz em dar amor e te distrair, aquele ser que passou horas esperando você voltar é uma sensação maravilhosa. Se você está triste, eles te alegram, se tem depressão, eles te curam, se está feliz, te fazem rir, enfim, são anjos em nossas vidas. Costumo dizer que Deus nos manda animais para nos protegerem e nos encherem de amor puro. Porém, a pessoa que resolve adotar ou comprar um bichinho tem que ter muita responsabilidade. Eles dependem de você, fazem xixi, cocô e, quando jovens, muitas baguncinhas, como “comer” objetos, além da energia de sobra. Eles precisam passear e socializar. Os filhotes choram e precisam ser educados. Eu só tenho animais adotados e dou preferência aos adultos. Geralmente eles vêm prontos, mais calmos e educados. Mas, lembre-se, eles custam dinheiro: comida, veterinários etc. Se for ter um animal, avalie isso primeiro. Seja responsável; você vai precisar cuidar. Não dá pra ficar devolvendo, porque eles têm sentimentos, sofrem muito e, às vezes, morrem de tristeza, literalmente. Eu recomendo um animal, mas só se você puder cuidar, alimentar e mimar. Eles são dependentes e maravilhosos!”.
Kiki Garavaglia é uma das mulheres mais agradáveis do Rio. Presente em todos os encontros sociais da cidade, ela divide seu tempo entre Miami e Rio, levando charme, simpatia e glamour, típicos da carioca educada e muito bem informada. Kiki também se dedica à causa dos animais abandonados e maus-tratos por falta total de informação e de proteção legal. “Se as pessoas soubessem o sentimento de recolher ou adotar, nunca mais comprariam um animal – existem criadores e canis que cruzam irmãos, o que não se deve fazer porque as crias vão ter muitos problemas no futuro, e outros que prendem as cadelas e as fazem procriar infinitamente… Existem milhares de cachorros e gatos lindos a serem adotados, já vacinados. Eu sempre sei de algum lar adotivo para quem quiser! Infelizmente, não é fácil ou barato manter animais em casa, com muito amor e carinho. Cada um requer um tipo de alimentação, tem que vacinar todos os anos e não deixá-los sozinhos por muito tempo, senão estarão criando um animal inseguro, travesso ou neurótico! Aqui em casa, todos são amantes de bichos! A vizinhança já sabe e, vez ou outra, pessoas deixam algum bicho no nosso portão para criarmos. Nosso último recolhido foi Bobby Ray. Ele é a alegria da casa, a paixão da minha filha e rejuvenesceu o meu velhinho. Ele vivia em Copacabana, entre ‘cracudos’ que o maltratavam; depois de dois anos, ele é pura alegria, reconhecimento e gratidão”.
Para quem quer ajudar e adotar, Kiki indica o Instituto Pata Real, em Vargem Grande, “de uma amiga e grande guerreira da causa animal, Cláudia Kelab“. Eles também funcionam com esquema de “apadrinhamento”, em que você pode contribuir financeiramente.