Há algum tempo, a pergunta era bem mais frequente. No entanto, o mundo mudou, a vida ficou mais prática, corrida, repleta de informações e fez com que o morar mudasse também. A casa, ainda que um refúgio, tornou-se um lugar onde passamos menos tempo do que tempos atrás.
Mesmo que uma nova geração prefira a experiência do morar abrindo mão do sonho máximo dos anos 50, a tão desejada casa própria, ainda existem aqueles que fogem a essa nova ordem.
Para muitos, a casa continua representando um sólido e concreto espaço preenchido por personalidade e vivências próprias.Quando isso acontece, a escolha e elaboração do local envolve emoção, otimismo, amor e atenção.
Muitos itens precisam ser preenchidos para a escolha de uma moradia: volume, jogo de luz, acabamentos, localização, vizinhança etc. Uma relação que pode durar anos e ser comparada a um casamento.
A intenção é que de certo e que dure enquanto houver amor. Deixamos de gostar de uma casa quando o diálogo entre o espaço e o dono deixa de ser adequado.
Para o morar com qualidade é preciso autoestima, sofisticação, reconhecimento estético, atenção nos mínimos detalhes desde o orçamento até uma escala ajustada de portas, janelas etc.
E além de tudo isso, a escolha significativa: casa ou apartamento. Perguntei a três pessoas que amam suas casas, conhecem profundamente suas necessidades e sabem o que é preciso para chamar um espaço de lar.
Para Chris Pitanguy, uma carioca que escolheu viver em São Paulo há dois anos, foi impossível não escolher morar em uma casa. Chris trabalha com moda e é sempre convidada para os grandes desfiles internacionais, tem um Instagram super acessado e é embaixadora de várias marcas. “Morar numa casa com piscina e um amplo jardim é como uma continuação do Rio. Sempre morei em apartamento, mas agora em SP, com minha família, cachorros e gato, adoro uma casa com jardim ensolarado, piscina, amigos e muito trabalho”.
Para Lenny Niemayer, uma das maiores anfitriãs do Brasil e dona de uma das mais charmosa marcas de praia brasileira, a casa significa um lugar cercado de luz, jardim, flores família e amigos. Lenny morou em uma casa grande em São Paulo durante a infância e adolescência. Há 38 anos no Rio, decidiu-se por um apartamento onde se sente mais segura. Entretanto, o apartamento tem clima de casa, por ser no térreo, muito iluminado e com um jardim cheio de flores. Na varanda o cheiro inconfundível e único do Rio, mar e flores . E é assim com charme e elegância que Lenny recebe para almoços e jantares incríveis.
Marcelo Lima é arquiteto e escreve no jornal “Estado de São Paulo” numa seção dedicada especialmente ao design, arquitetura e decoração. Sensível e antenado conhece muito bem o mercado, os lançamentos e tem novo olhar sobre a tecnologias que apostam no futuro da casa funcional e autosuficiente.
“Já morei em casas, hoje prefiro apartamento. Para quem vive como eu, muitas vezes, ‘passando’ por lá, tal a quantidade de compromissos, morar em um casa com serviços acoplados – portaria, segurança, manutenção, entre outros – me parece a opção mais acertada. Claro, tudo vai depender do imóvel em questão, mas existem apartamentos e apartamentos. O meu, em um típico predinho de bairro, cercado de verde, nada barulhento, com iluminação generosa e um certo ar retrô, se encaixa bem no meu ideal de home sweet home. De um viver algo distante do cotidiano agitado de uma cidade das dimensões de São Paulo. Claro que algumas partes dele poderiam ser maiores, alguns cantos mereceriam uma repaginada. Mas, enfim, é para lá que eu sempre quero voltar. E isso diz tudo”.