Perguntado ao cientista político Antonio Lavareda o que caracteriza as eleições de 2018, ele esclarece: “São totalmente diferentes das seis anteriores. Eleições que, na ciência política, são chamadas de “eleições críticas”, que ocorrem em cenários de grave crise econômica, polarização ideológica e emergência de terceiras vias. Nesse caso, um cenário agravado ainda mais pela Lava Jato e pelo impeachment. Nelas, o sistema partidário eleitoral vigente desde 1994 foi, em larga medida, dissolvido, abrindo-se espaço para um sistema novo, mas que demandará algum tempo para ver consolidada sua própria dinâmica. A eleição presidencial deste ano só pode ser comparada à de 1989 (quando disputou Lula X Collor), que também, a seu modo, foi uma “eleição crítica”. E por que pessoas estão tão bélicas? “Está ocorrendo, juntamente, a maior recessão da história, e a eclosão dos escândalos deu lugar a uma atmosfera tomada pela raiva e pelo medo – sentimentos negativos, reforçados e amplificados pelas redes sociais.”