Ninguém anda indiferente à política, ainda mais nestes tempos de corrupção em decadência (é o que a gente pensa). A chegada de um novo governador sugere novas possibilidades para o meu, o seu, o nosso Rio. Diante da importância do momento, entrevistamos os candidatos mais pontuados: Eduardo Paes (DEM): 24%; Romário (Podemos): 16%; Garotinho (PRP): 16; Indio da Costa (PSD): 6%; Tarcísio Motta (PSOL): 4%; Wilson Witzel (PSC): 4%; Marcia Tiburi (PT): 3%; Marcelo Trindade (Novo): 2% e Pedro Fernandes (PDT): 2% – pela última pesquisa IBOPE de 25/09. Começamos em ordem alfabética, portanto, com o ex-prefeito Eduardo Paes.
Por que se candidatar ao governo do Rio?
Porque eu acredito no estado, eu acredito que não é aceitável o que a gente está vivendo aqui, que as coisas não precisam ser do jeito que estão, que o Rio tem um potencial forte, Acho que tenho experiência e capacidade de fazer as transformações de que o estado precisa, e nós vamos fazer isso.
A fazer aliança com algum dos seus concorrentes, qual seria? Por quê?
Olha, eu sou candidato a governador, disputando contra quem está na disputa, portanto não posso cogitar algo que não está acontecendo. Não faria aliança com eles porque estou disputando a eleição contra eles.
Das tantas tragédias atuais na vida dos cariocas, qual a que mais o comove?
As tragédias são muitas, como você diz na sua pergunta, mas, sem dúvida nenhuma, as duas que mais angustiam são a violência, ou a falta de segurança pública e o drama da saúde pelo qual as pessoas passam.
Qual a ordem de prioridade pro senhor: educação, saúde e segurança?
É muito difícil você dizer, desses três temas qual é o prioritário, mas o da segurança pública é absolutamente relevante (os outros também são, eu sei). Acho que devolver o mínimo de paz, de tranquilidade pra população, garantir o direito de ir e vir é fundamental, até pra que as outras políticas públicas possam ser desenvolvidas e podermos atrair investimentos pro nosso estado.
Você colocaria um filho numa escola pública no Rio? Por quê?
As escolas públicas da cidade do Rio, eu conheço bem. Existem muitas escolas de muita qualidade. Eu, se tivesse necessidade, colocaria, não teria a menor dúvida de colocar.
Quais as três primeiras providências se eleito?
Eu vou falar que as duas, que são antes da posse, procurar o próximo presidente da República eleito e pedir duas coisas: a primeira é que as forças de segurança públicas, ao terminar a intervenção, as forças do Exército as Forças Armadas permaneçam à nossa disposição, sob o nosso comando, auxiliando na tarefa de combate à violência. E a segunda, discutir também com o próximo Presidente as condições melhores para a recuperação fiscal que possa permitir o que o estado retome o caminho do desenvolvimento, claro, sem deixar de cumprir com as suas obrigações.
A filha do Eduardo Cunha é candidata, o filho do Sérgio Cabral é candidato, o filho do Jorge Picciani é candidato; todos presos – o que existe de tão atraente na política que não intimida esses jovens nem nessas circunstâncias?
Essa pergunta tem que ser feita pra eles.
O que pretende deixar de mais importante ao fim de seu governo?
Quero deixar um estado em paz, e que retome o caminho do desenvolvimento, que olhe pra frente, que as pessoas acreditem na capacidade do Rio de Janeiro de crescer, de avançar, gerar emprego, gerar riqueza, e que as pessoas possam ter qualidade de vida e paz.
Que cidade citaria como exemplo? Por quê?
Sou candidato a governador, não a prefeito.
Qual o seu apreço ou desapreço com a prefeitura do Crivella?
A eleição de 2016 aconteceu, e o Prefeito Crivella foi eleito, contra o meu candidato, e contra o meu governo, contra o que eu fazia na cidade do Rio, e se eu for eleito governador, o meu papel é me relacionar bem com o Prefeito da cidade e ajudá-lo a governar, a fazer com que as coisas aconteçam, é assim que eu vou trabalhar, em parceria. Não sou comentarista de governo de ninguém, sou candidato a governador e pretendo me eleger Governador e trabalhar em parceria. Acho que a população pode avaliar o governo do Prefeito Crivella.
E a vida cultural como anda? Qual a última peça, o último filme, o último livro?
Vida cultural na época de campanha é sempre mais difícil, peça tem um tempo que eu vejo, filme, estou sempre vendo num espaçozinho de tempo que tem na madrugada, quando chego em casa da pra ver um filminho, e busco sempre ler, estou lendo nesse momento a biografia do Leonardo Da Vinci. Claro, é menos do que eu gostaria mas sempre lendo.
Sabemos que a União retém quase a totalidade dos impostos arrecadados no Estado do Rio, deixando o governador, digamos, de pires na mão. Qual seria sua proposta para evitar essa romaria a Brasília, cada vez que mais dinheiro é necessário?
Eu não acho que seja isso não, há de fato uma concentração de arrecadação de impostos que vão pra Brasília mas esse pires na mão é muito fruto da má gestão, da sonegação, da incapacidade de arrecadar mais impostos. Eu fui prefeito do Rio, e nunca precisei viver de pires na mão organizava as contas e mostrei que a prefeitura podia ter capacidade de fazer o que ela quisesse, ao contrário, a gente já podia ter emprestado dinheiro pro governo estadual, então eu vou recuperar as finanças do estado e, é claro, se puder buscar recursos em Brasília é sempre bom, mas não precisa ficar de pires na mão, não.
numero:13 O que o senhor acha de políticos que mentem?
O que eu acho de políticos que mentem é que não deveriam mentir.