Quem, no Rio, tenha a idade que for, não conhece Iolanda Figueiredo (ainda que de passagem), a desfilar pelas ruas da cidade com seus figurinos originais, exóticos, autênticos e joias inesquecíveis? Isso, desde o tempo em que foi casada com o influente jornalista Sérgio Figueiredo. A ex-socialite, ex-usuária de drogas, ex-estrela de todas as colunas de jornais e revistas, mas sempre na vanguarda, mudou completamente de vida, buscando o caminho da espiritualidade, apontado a ela pelo guru indiano Osho (1931 -1990), quanto teve parte do corpo queimado conscientemente, a quem conheceu bem e é seguidora até hoje.
Nesse caminho de volta à luz, Iolanda materializou uma estrela de cinco pontas, “recebida” cosmicamente”, depois de cinco anos de pesquisa, até chegar a ter exatamente o formato que ela queria. Pela primeira vez, essa joia estará à venda, em maior escala, junto à rosa mística, no Gabinete Duilio Sartori, no Jardim Botânico, com abertura da mostra neste sábado (28/07), a partir das 3h da tarde.
De onde veio a inspiração para a estrela de cinco pontas?
Um dia, em meditação, materializou, na minha cabeça, essa estrela, que recebi cosmicamente.
Como chegou ao formato considerado ideal pra você?
Levei cinco anos pesquisando, fazendo joias nesse formato, até que, um dia, recebi uma mensagem, intuição – quando colocou um sobre o outro, foi como se a estrela tivesse vindo pra terra – que era pra ser posta sobre um coração.
Segundo você diz, é uma joia de cura. Como assim?
A estrela de cinco pontas é para exorcismo e proteção, tira a negatividade, funciona como cura. Uma amiga que usava drogas, colocava o cristal em cima dela, e o cristal arrebentava, quando finalmente parou de quebrar. E ela parou de beber e de cheirar; antes, cheirava tanta cocaína até quase o nariz cair.
Você já declarou inúmeras vezes que, em um tempo da sua vida, também se drogava (nas décadas de 70 e 80). Como conseguiu se libertar?
Eu usava cocaína, heroína, álcool, maconha, ecstasy; já usei tudo. Meu nariz chegava a escorrer sangue, quase morri, vivia sempre com lenços na bolsa. Fui internada várias vezes, depois voltava a me drogar. Às vezes, passava dias nos morros. Quem me tirou do fundo do inferno foi o Osho (guru indiano). Já nos anos 90, num ritual com vela em sua homenagem, veio o incêndio, queimando meus cabelos e meu couro cabeludo. Deixei o fogo seguir de propósito; desde então, parei com tudo. Parei de me drogar, considero um renascimento – ou teria morrido. Desde essa data, só evoluí. Com o meu marido, Sérgio, por exemplo, aprendi o que é compaixão, cuidando dele.
Qual mensagem você deixaria para quem anda consumido pelas drogas?
A meditação, sem dúvida. A medicina é cura pro corpo; meditação é a cura pra alma. Antigamente, quando voltava da Índia, me chamavam de louca; hoje me sinto abençoada. Sou uma trabalhadora da luz. O Osho dizia que sou como um aspirador: vou limpando tudo; entro no inferno e tiro as pessoas de lá.
Você paga um preço alto por essa autenticidade?
As pessoas não aturam a liberdade – liberdade com responsabilidade.
E seu contato com Duilio se deu como?
Se deu porque minha filha Yara falou nele pra mim, da sua loja chiquérrima. Liguei, e o Duilio foi muito gentil; fui recebida por ele, pelo coração. O Duilio é uma pessoa muito sensível.
E por que a decisão de vender em larga escala a estrela e a rosa mística?
Tudo acontece quando tem de acontecer – não apresse o rio, ele corre sozinho, dizem dos misticos. Tudo acontece na hora certa.
Foto: Sebastião Salgado