O juiz Marcelo Bretas condenou Fernando Cavendish, da Delta Engenharia, denunciado na operação Saqueador, a quatro anos e dois meses de prisão. O empresário, condenado por lavagem de dinheiro e organização criminosa, vai ter direito a regime semiaberto e deve ficar em casa, na Delfim Moreira, no Leblon. Comparado a outros casos da Lava-Jato, pode- se dizer que não está entre os piores. Todos os amigos do empresário sabem que ele meio que tem muita sorte para intempéries de toda ordem, digamos.
Alguns falam em corpo fechado, principalmente para aquilo que não está sob seu controle: há alguns anos, aconteceu um acidente grave com ele, na saída de um túnel que liga a Barra a São Conrado, no Rio. E ele saiu vivo, o que muita gente achava quase impossível. Alguns anos depois, Fernando estava num táxi, em Brasília, indo para o aeroporto, quando o carro levou uma batida feia; o acidente foi sério, mas nada de grave lhe aconteceu. E, ainda, em 2011, a queda do helicóptero em Porto Seguro, na Bahia, quando morreram quatro pessoas, incluindo Mariana Noleto, namorada de Marco Antonio Cabral (filho do então governador Sérgio Cabral), quando Cavendish escapou da morte por ter cedido lugar às mulheres e crianças, deixando para embarcar na viagem seguinte da aeronave.