Carla Benchimol mostrava sua casa no alto do Jardim Botânico a amigos suíços, em junho do ano passado; depois de ouvir som de tiros ao longe, duas cápsulas de balas de fuzil caíram em volta da sua piscina. Não foi muito fácil explicar o que era aquilo, naquele instante sem saber o que fazer, entre o que está imaginando e o que está vendo. Diante do constrangimento, Carla desconversou e deixou pra lá – vivendo no Rio, está mais do que acostumada a esse tipo de situação. Agora, meses depois, ao se deparar com os projéteis, resolveu mandar fazer uma joia e pendurar no pescoço. “Fica todo mundo chocado, todos perguntam. Existem os que acham o máximo e os que acham de péssimo gosto. Pra mim, virou uma espécie de amuleto”, diz ela.