Viver nos grandes centros urbanos é a opção da maioria; não é à toa que as cidades crescem sem parar. Aproveitar e usufruir todas as oportunidades que essa escolha representa dependem muito da cidade em si. Existem cidades e cidades. Eficientes ou não, os centros urbanos nos atraem.
Os romanos foram pioneiros em definir e descrever os serviços que uma cidade saudável deve oferecer aos seus cidadãos, mas, infelizmente, esses conceitos foram sempre muito mais teóricos que reais. Atualmente, temos termômetros muito mais precisos e pessoas muito mais conectadas ao bem-estar coletivo. Aperfeiçoamos nosso olhar sobre conviver e participar da melhoria das nossas cidades. O crescimento populacional não nos desfocou da vontade de transformar nossas cidades em um lugar seguro, agradável, democrático e verde.
A natureza entra como primeira na lista de necessidades para se ter uma cidade democrática e saudável. Sem o verde, vivemos em um lugar insalubre e hostil. Isso sem falar no aumento da temperatura, pois para nós, que vivemos em um país tropical, uma cidade sem verde é uma cidade superaquecida.
A Organização Mundial de Saúde recomenda 12 metros quadrados de verde por habitante, o que representaria três árvores por morador. No orçamento anual de uma cidade, o paisagismo é, de longe, o item mais barato, e o replantio de árvores deveria ser uma prática estimulada e incentivada pelos nossos governantes. Além de barato, plantar árvores em praças e espaços abandonados transforma totalmente uma cidade.
A natureza é o nosso verdadeiro patrimônio. Poderíamos dar privilégios para empresas que queiram transformar áreas degradadas em praças públicas, com plantio de árvores. Uma cidade que tem sensibilidade de querer o verde acolhe seus habitantes com solidariedade! Não podemos ser indiferentes à cidade onde moramos e devemos ter coragem para mudar aquilo que não nos faz bem. O progresso não precisa ser tão espaçoso – sempre vai existir um espaço para a natureza; sem ela, nada tem sentido.
Nossas cidades precisam de verde. No padrão da OMS, estamos muito longe da meta mínima para vivermos em uma cidade saudável, no entanto, muito perto de mudar esse cenário se cada um de nós tiver a coragem de não ser indiferente a essa demanda! Paisagismo urbano é uma solução muito barata e um investimento preciso que transforma uma cidade em todos os sentidos.