“Não tenho medo”. Essa afirmativa, de Marcelo Alves, presidente da Riotur, serve para qualquer assunto – do desafiador cargo assumido este ano com a crise no estado à falta de segurança na cidade, e até sobre os incríveis três milhões de pessoas esperadas para ocupar as areias da praia de Copacabana no réveillon. O otimismo de Marcelo tem nível elevado, assim como os fogos de artifício que vão tomar os céus cariocas – ele pretende colocar o Rio entre os dez destinos mais visitados do mundo; atualmente, a cidade aparece na 88ª colocação, segundo levantamento da organização Euromonitor.
O empresário tem experiência no setor de eventos – durante 15 anos atuou no Grupo Adma, especializado em marketing promocional, e, no início de 2016, lançou uma empresa com seu nome, a Marcelo Alves Entertainment Rio: “Trabalhar com a marca ‘Rio’ é uma bênção; quem vem à cidade quer vivenciar e ter a experiência do carioca. E tem para todos os gostos: do chope no Jobi ao jantar no Cipriani”, diz. Aqui, Marcelo Alves fala principalmente da tão famosa virada em Copacabana.
A estimativa é que, este ano, um público de três milhões de pessoas passe a virada na praia de Copacabana, atraídos principalmente pela cantora Anitta. De quem foi a ideia de que alguém estourado poderia levar um milhão a mais à festa, comparando a anos anteriores?
Antes de tudo, o Rio vai viver o que nunca viveu. A ideia foi minha – queria uma artista internacional e vi, no decorrer, que internacional é a Anitta. Ela vem ocupando também esse posto.
E o cachê, nas alturas?
O cachê é confidencial, mas foi fechado quase o valor de custo dela para participar desse evento. Ela entendeu e quer fazer um show espetacular. É o nome principal, e vai contribuir pra segurar o público mais tempo na festa.
Que diferença esse um milhão de pessoas pode fazer para os cofres da Prefeitura?
Esse número é uma estimativa, calculado pela grandiosidade que estamos dando e com artistas para todos os gostos, com um evento com 80% de brasileiros. Os hotéis quase triplicaram o número de hóspedes, por exemplo, comparado ao de três anos atrás. A gente tem o foco de levar o melhor do Rio para o Brasil e para o mundo, protagonizando o carioca como anfitrião. Entre 26 de dezembro e 6 de janeiro, devem entrar R$ 2 bilhões de movimentação econômica na nossa economia.
Estão preparados para qualquer eventualidade técnica no réveillon?
Qualquer acontecimento reunindo dois milhões e meio ou três milhões está sujeito a eventualidades, mas estamos preparados, sim, para o que der e vier, com mais banheiros, com Comlurb, SetRio, área médica, integração da PM com a Guarda Municipal e a central de monitoramento de câmeras muito completa, todos alinhados. Copacabana está igual ao Big Brother.
Na mesma época, em 2016, a taxa de ocupação da rede hoteleira estava em 70%, enquanto este ano já chega a quase 90%. São esperados 2,7 milhões de turistas na cidade. A crise não afetou o turismo carioca?
A ocupação hoteleira está em 90%, por um trabalho feito desde o início, com nossos esforços voltados pro Brasil, em função da alta do dólar para que o principal destino do brasileiro fosse o Rio.
Como seria um dia do presidente da RioTur como turista no Rio?
Seria um dia completo. Tenho muito a fazer: café da manha num hotel, já que é a maior rede hoteleira e mais moderna da América do Sul; depois, uma praia maravilhosa, primeiro na Barra; almoço numa churrascaria tradicional; Museu do Amanhã, cinema nessas salas muito confortáveis; em seguida, o Hippo, do meu querido amigo Ricardo Amaral, jantar no Aprazível, em Santa Teresa, pela gastronomia mas também pela vista, acompanhado da minha linda mulher, Adriana. Depois, claro, eu vou dormir.
Iria a Santa Teresa, que anda tão violenta?
Não tenho medo. Ando sem carro blindado e sem medo.