A Flip, que acaba neste domingo (30/07), cujo homenageado foi Lima Barreto, teve uma baixa este ano. Não estou falando de bons escritores, mesas inteligentes, ótimas conversas (o que teve de sobra), mas sim do príncipe-de-Paraty: primeira vez que isso acontece nesses 15 anos, desde que começou a feira literária. João de Orleans e Bragança está em Cingapura, aonde foi para conhecer o neto João Antonio, de 1 mês, viagem marcada com antecedência, segundo a agenda do bebê. Nome histórico na cidade, acabou sendo personagem forte do evento, com um almoço famoso de boas-vindas aos convidados, o que acabou sendo suspenso desde 2015, quando ofereceu um coquetel, em 2016. Depois parou tudo, atribuindo à força da crise. “Pode mudar muito coisa, mas a ausência de João jamais vai se repetir”, diz a artista plástica Claudia Melli, sua mulher.
Este ano, Claudia manteve a programação dos passeios de barco e, principalmente, o sarau em volta da fogueira, exatamente em frente à casa deles. Antes, foi organizado um jantar para 30 convidados, sob a amendoeira, com participação artística de alguns poetas: Tavinho Paes, Betina Kopp e João do Corujão.
Muitos ali acharam essa a Flip mais criativa de todas – pela falta de dinheiro, talvez. O show, sempre com grandes cantores, não houve, mas, em lugar disso, entrou a apresentação da Ciranda de Paraty, com sua autenticidade e regionalidade tão fortes entre os cirandeiros. Porém, em contraste à tão falada crise, a programação Off Flip enriqueceu, tanto quanto os méritos do ator Lázaro Ramos (que acaba de lançar o livro “Na minha pele”) e da professora aposentada Diva Guimarães, com a cena mais emocinante.