Na maior retrospectiva já feita da obra do pintor Cícero Dias no país, os cariocas saíram ganhando: a partir de quarta-feira (02/08), eles poderão ver, no CCBB, a tela que é considerada a obra-prima do artista, “Eu vi o mundo… ele começava em Recife”, que não foi exibida nas passagens da mostra por Brasília e São Paulo.
Essa tela a óleo, de 15 metros de comprimento, causou furor no Salão Revolucionário da Escola Nacional de Belas Artes, em 1931, entre outros motivos por sua sexualidade explícita, o que teria contribuído para a demissão do arquiteto Lúcio Costa da direção da Escola Nacional de Belas Artes. Mais quatro trabalhos foram acrescentados à parte carioca de “Cícero Dias – um percurso poético”: o painel “Visão Carioca”, de 1965; “Rua São Clemente”, de 1928; “Elan”, de 1958 e “O Grande Dia”, de 1948.
No total são 129 trabalhos das várias fases de um dos mais importantes artistas brasileiros do século XX, que foi amigo de vários intelectuais, poetas e pintores, como Pablo Picasso e Paul Éluard – a exposição apresenta, aliás, cartas, textos e fotos que comprovam essa relação de amizade e prestígio do pernambucano que optou por morar em Paris a partir da década de 40.