O amor que não quer dizer o nome. Crime. Pecado. Tara. Perversão. Doença. Sem vergonhice. Falta de caráter. De tudo já se falou sobre homossexual. Mas esquece-se que recebemos obras-primas por conta desse olhar. David. Morte em Veneza. Alair, em cartaz no Laura Alvim, retrata essa paixão pelo corpo, esse desejo incontido de reproduzir o corpo perfeito de homens jovens em sua plenitude.
Alair, de Gustavo Pinheiro, direção de César Augusto e Edwin Luisi fazendo de forma contida, como era ser o homossexual há 60, 40 anos atrás conta a história do engenheiro ipanemense que tinha por hobby , paixão e modo de vida andar pela praia até o Leblon convidar jovens com corpo escultural para serem fotografados como estátuas gregas fossem.
“Uma coisa que me motivou foi poder dar mais visibilidade à obra do Alair, ele é um fotógrafo respeitadíssimo em várias partes do mundo ocidental, mas acredito que poucos brasileiros o conhecem. Eu conhecia de nome, tinha visto algumas coisas, mas nunca essa obra monumental que ele tem. Então, assim como eu, que sou um artista e tenho pouco conhecimento sobre ele, imagino que o mesmo aconteça com a população em geral. E dar maior visibilidade a ele, é enriquecer a nossa cultura.”, reflete Edwin Luisi.
A peça se constrói em diálogos de forma que se convive com o pensamento de Alair (diários de suas viagens) e com a ação do fotógrafo. Na tela, projetam-se as imagens inspiradoras enquanto os jovens atores André Rosa e Raphael Sander simulam fisicamente as fotografias reais. É no jogo entre passado e presente, revelar e ficar na câmara escura que Alair é a prova que o amor que não quer dizer o nome é apenas uma maneira de amar.
Serviço:
Teatro Laura Alvim
4ª a sábado às 21h
Domingo às 20h
Fotos: Elisa Mendes