Na redes sociais, muitos que estão longe de admirar o perfil de Michel Temer, deixam claro uma preferência pela permanência do presidente no cargo – mais por medo de um caos ainda maior do que qualquer outra coisa. O que de mais grave existiu no encontro de Joesley Batista com Temer?
Veja a opinião do ex-diretor da Interpol, o delegado federal Jorge Pontes: “A fala do Presidente da República, capturada pelo gravador do Joesley Batista, não o incriminaria como o alardeado. De fato, a fala do presidente, no que tange à entrega do dinheiro para Eduardo Cunha, não nos autoriza a concluir nada categoricamente. Mas infinitamente mais comprometedor do que Temer falou, foi o que ele calou. Quando Joesley Batista fala de movimentos e infiltração de procuradores e juízes para minar a Lava Jato, o presidente se cala cavernosamente. E o pior: não toma nenhuma providência”, diz Jorge.
O delegado, um dos participantes da Brazil Conference, em Harvard, em abril deste ano, continua: “É gravíssimo um Presidente da República ouvindo taciturnamente, na calada da noite, um criminoso descrever tramas urdidas contra a ação da Justiça. Esse silêncio e a inércia presidencial, que a ele se seguiu, são extremamente comprometedores. Dá para confiar nele como condutor de reformas estruturais no Brasil?“