Continuou repercutindo – mal – até esta quinta (09/03), em vários jornais do exterior, o discurso do presidente Michel Temer pelo Dia Internacional da Mulher, feito nessa quinta-feira no Palácio do Planalto, em Brasília. O “The Washington Post” fez a chamada: “Temer do Brasil irrita mulheres com elogios a suas habilidades no supermercado”, chamou o presidente de “líder impopular” e lembrou que ele assumiu a presidência com um ministério só de homens, embora hoje já tenha incluído duas mulheres.
O jornal português “Público” destacou: “No dia da mulher, Temer elogiou a destreza feminina ‘no supermercado’”, lembrando que o discurso acontece na mesma semana em que o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou dados que mostram que as mulheres brasileiras não só trabalham mais (53,6 horas contra 46,1 horas dos homens), como possuem uma escolaridade mais elevada que os cidadãos do sexo masculino, apesar de continuarem a receber menos. A publicação portuguesa também registrou frases de dois brasileiros retiradas do Twitter. Em uma delas, Jameson Cordeiro diz: “Sobre o discurso de Temer em comemoração ao Dia da Mulher: teria sido memorável, se estivéssemos no século 19”. Camila Mont’Alverne comentou:“A fala do Temer é uma compilação de todas as ofensas que se fazem no Dia da Mulher achando que é elogio. Só que na boca do presidente”.
E ainda teve mais. Na Espanha, saiu no “El País”: “O presidente do Brasil reduziu o papel da mulher à casa e ao supermercado”. Na Argentina, o “Clarín” decretou: “O discurso machista do presidente Temer no Dia da Mulher”. A polêmica foi parar no Peru, na manchete do RPP: “O presidente Temer foi criticado por suas declarações pelo Dia da Mulher”. Não é nada, não é nada, não é todo dia que se consegue uma unanimidade assim.