A espera é a essência do humano. Esperamos para nascer. Somos esperados para nascer. Esperamos crescer. Aspiramos. Até que um dia expiramos. Esperando Godot, de Samuel Beckett, trata desse tema: o relógio que anda, marca e a vida que não sai do lugar. A vida, cujo maior aventura, é ficar esperando. Nada além disso.
Dois vagabundos, Estragon representando por Elias Andreato – também diretor e Wladimir, por Claudio Fontana, vivem em um lugar não identificado, desértico e trocam impressões sobre o que fazem ali. Esperam Godot, é claro, mas também falam em se matar, em se amparar. Clóvys Torres, Raphael Gama, e Guilherme Bueno representam as vidas circunstanciais que aparecem no marasmo.
“Minha parceria com Elias Andreato nasceu da profunda admiração de um ator pelo trabalho de outro e cresceu pelo meu respeito ao respeito dele pelo teatro. Elias sabe o que é o ofício de ser ator. E como diretor empresta a sensibilidade do ator e intuitivamente cria cenas belas e poéticas. comenta Fontana.
Os atores atuam de forma clássica, como exige o texto, mas são os figurinos de Gabriel Villela, absolutamente espetaculares que impõem o sentido do texto: somos meio vagabundos, meio clownes, meio gente, meio vida, meio morte. Só esperamos o desfecho esperado.
Serviço:
Teatro de Arena –Sesc Copacabana
Quintas, sextas e sábados às 20:30
Domingos às 19:00