Existem joias bem diferentes daquelas apreendidas na Operação Lava-Jato, sem esmeraldas mega; sem brilhantes gigantescos; sem rubis que mal dão pra se carregar (perigando um probleminha da coluna; ai, que exagero!). Na verdade, perfis diferentes, sem meio de comparação, mas tão bonitas e atuais!
No Rio, a biojoalheira Maria Oiticica cria peças místicas, sempre com sementes ou algum item da natureza, como cascas de árvores, frutos secos, cipós, osso, chifre, escamas de peixe – o máximo que ela se permite, em termos de joalheria tradicional, é o uso da prata e do ouro.
Quando uma estrangeira entra em suas lojas para comprar alguma coisa, seja atraída pela beleza, pelo colorido ou por ambas as razões, quer saber a história que vem ali por trás.
Maria tem cinco pontos de vendas na cidade carioca e três lojas físicas: no Rio Sul, no Galeão e no Shopping Leblon. Contando com o Amazonas, Oiticica emprega diretamente 40 pessoas e, indiretamente, mais de 100.
[top5] numero:1 [f] titulo: Como é o seu relacionamento com os índios da Amazônia? Você já chegou a fazer alguma amizade pelo contato com as comunidades ribeirinhas? [f]
desc: “Meu relacionamento é o melhor possível, por exemplo, com a tribo Waimiri Atroari. Produzem lindas pulseiras de corda. Já morei em Manaus, sempre vendo as índias fazerem os trabalhos”.
[/top5] [top5] numero:2 [f] titulo: O que você destacaria nas biojoias? [f]
desc: “As biojoias são sustentáveis, empregam índios ou as populações ribeirinhas, empreendedores das florestas que transformam uma comunidade. Isso, sim, é o verdadeiro luxo; tem, em si, uma sofisticação, pensando no social, no ambiental. O mundo está em transformação”.
[/top5] [top5] numero:3 [f] titulo: Qual é a diferença do gosto da cliente estrangeira e da brasileira? Quais os tipos preferidos de joias de cada uma?[f]
desc: “A principal diferença é que o estrangeiro prefere sementes mais delicadas e a história que está por trás delas; a brasileira está cada vez mais ficando atenta e começando a pensar nisso, também”.
[/top5] [top5] numero:4 [f] titulo: De que maneira a sua empresa garante melhor qualidade de vida aos catadores de sementes?[f]
desc: “Os catadores não tem como sobreviver. Dando trabalho, as famílias não saem da floresta. Sei de uma dessas famílias que foi morar na cidade – vim pro Rio e, quando voltei, as mulheres tinham cortado o cabelo pra vender, ou seja, acabam perdendo a referência cultural. Sem falar em outros riscos”.
[/top5] [top5] numero:5 [f] titulo: Tem alguma semente com que você tenha desenvolvido uma relação mais mística, algo que tenha dado sorte?[f]
desc: “Adoro a jarina e o olho de boi e, ainda, o muiraquitan (o sapinho que dá sorte e pode ser em barro, cerâmica, madeira ou pedra)”.
[/top5] [top5] numero:6 [f] titulo: As biojoias precisam de um tipo especial de conservação? A madeira não corre o risco de sofrer o ataque de insetos, cupins? [f]
desc: “Existem tratamentos especiais. Quando vendemos uma peça, junto vai um folheto explicando como cuidar dela”.
[/top5] [top5] numero:7 [f] titulo: O que você pensa dessas joias de milhões mostradas na Operação Lava-Jato? [f]
desc: “Particularmente não gosto, mas isso é estilo de cada um. E odeio ser roubada, de todas as maneiras. Detesto também a ideia de ter de tomar conta das peças. Sobre essa história que estamos vivendo, prefiro não comentar”. [/top5]