Luiza Brunet, que denunciou à imprensa, em julho, ter sido agredida fisicamente pelo então namorado, o empresário Lírio Parisotto, numa viagem dos dois a Nova York, em maio, deu seu depoimento para o filme “Feminino Singular”, que a cineasta Sandra Werneck (“Pequeno Dicionário Amoroso 1 e 2”, “Meninas” e “Sonhos Roubados”) está rodando sobre a violência contra a mulher.
A conversa com a ex-modelo, conta Sandra, foi especial: “Vi uma mulher forte, capaz de dar a volta por cima. A prioridade dela agora é participar de palestras alertando as mulheres sobre a violência que elas sofrem, muitas vezes dentro da própria casa, e que nem sempre têm força para denunciar. Articulada e sensível, Luiza fala do assunto com muito embasamento e delicadeza. Ela está contribuindo para a valorização de questões primordiais para a nossa sociedade”.
Em seu depoimento, Brunet disse: “A violência doméstica não tem mais distinção de classe social. Nunca tive vergonha, sempre fui muito bem resolvida com meu corpo. Nunca havia sido sequer assediada por nenhum homem. Gosto de ser mulher, de cuidar da família, da casa, do marido e dos meus filhos. Sempre falei como espectadora, hoje eu falo como mulher que também foi agredida”.
No mesmo dia, a diretora também entrevistou Maria da Penha Maia Fernandes, cujo caso de agressão pelo marido inspirou a criação da Lei Maria da Penha. Além das duas, Sandra já gravou com a nadadora olímpica Joana Maranhão, que foi abusada sexualmente, quando tinha nove anos, pelo ex-treinador, e fundou uma ONG para ajudar crianças vítimas de abuso sexual.
Sandra tem ficado bastante emocionada com os depoimentos: “É impressionante o número de casos em todas as classes sociais. Um trauma, uma ferida aberta, que elas levam para o resto de suas vidas”. O filme vai ser lançado em 2017.
E por falar no caso de Luiza Brunet, o empresário Lírio Parisotto vai ser julgado nesta terça (29/11), no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.