Dependendo da profissão que escolhemos, às vezes somos movidos a fazer coisas que escapam às nossas crenças; ou, mais grave, coisas que nos tiram o sono, de tão pesadas. E esse é o tema de “Race”, a segunda peça da Trilogia Mamet, idealizada pela Cia.Teatro Epigenia. Como um advogado negro poderá defender um homem branco de estuprar uma jovem negra.
Com direção de Gustavo Paso, no elenco estão Gustavo Falcão, Heloisa Jorge, Nill Marcondes e Yashar Zambuzzique, que realizam um pas-de-quatre para ver quem tem razão, ou não tem, quem é mais justo, quem é a vítima, quem é o algoz. O público se transforma num corpo de jurados para julgar a partir do que ouve, da versão do que lhe é contado, qual o destino dos personagens.
“Um dos mais respeitados dramaturgos norte-americanos, David Mamet, que também é roteirista e diretor, tornou-se um ícone com seus textos densos, ágeis e precisos, chegando a ganhar o Pulitzer em 1984. Mamet costuma abordar, em seus trabalhos, questões atuais e pontos de vista controversos. Com reconhecida capacidade de lidar com as palavras e construir enredos, a linguagem tem centralidade em sua obra. Os filmes e peças de Mamet se dirigem a questões extremamente cáusticas da sociedade”, fala o diretor Gustavo Paso .
“Race” se aproveita da questão racial apenas como uma metáfora da intolerância, sentimento baseado em que é mais poderoso, em que pode mais ultrapassar os limites. Ao mesmo tempo, leva a que se pense a máxima de “toda história tem dois lados” – ainda que um seja pior do que o outro.
SERVIÇO:
Teatro Glaucio Gill
De sexta a segunda às 20h