Rosa Magalhães, que foi diretora artística da elogiada cerimônia de encerramento da Olimpíada, ainda está, nesta segunda-feira à tarde (22/08), sob o efeito do forte estresse que passou durante toda a noite de ontem no Maracanã. Como não foi permitido fazer o ensaio geral no próprio estádio – os voluntários ensaiaram num terreno próximo – Rosa não sabia se as coreografias iam encaixar com as projeções que funcionaram como cenário. “A projeção e a luz foram no tapa”, define.
A árvore do momento final do espetáculo também não foi testada: na véspera é que ela foi erguida, pela primeira vez, com cabos de aço, mas sem os efeitos de luz. “Não sabíamos se ia dar a ideia de árvore”, conta a carnavalesca, que, apesar de todas essa angústia, já inicia, nesta terça-feira (23/08), uma nova fase de emoções: ela começa a cortar os figurinos para o desfile de 2017 da São Clemente, que tem como enredo a expressão “Onisuáquimalipanse”.
É a transcrição fonética do francês para o português da frase “Honni soit qui mal y pense”(envergonhe-se quem nisto vê malícia). A São Clemente vai contar a história do ministro de Finanças de Luís XIV, Nicolas Fouquet, que restaurou o castelo de Vaux-le-Vicomte e fez sua inauguração com uma festa de grande ostentação, tendo a corte e o rei como convidados. Três dias depois da festa, Luís XIV mandou prender Fouquet, por essa demonstração de riqueza e poder excessivos. Indagada sobre o que a história tem a ver com a nossa realidade, Rosa limitou-se a dizer, rindo: “Qualquer semelhança é mera coincidência”.