Natalie Klein, herdeira das boas, construiu seu próprio caminho, com lojas em São Paulo e no Rio – está há mais de 18 anos no mercado. E também como mãe de família porque tem momentos em que consegue dedicação integral do seu tempo aos filhos. Esta semana, ela fez um bate-volta no Rio para a inauguração da nova NK Store, em Ipanema, uma loja três vezes maior do que a aberta há seis anos, quando chegou à cidade, com sua roupa mais despretensiosa e menos grifada. E, como visto, sem receio de investir. Aqui, ela conta das surpresas positivas que teve com as cariocas e de como resolveu transformar o pretinho nada básico do endereço anterior em uma casa branca e solar.
Parece uma decisão corajosa investir numa loja de 500 metros quadrados no auge da crise. O carioca é um cliente tão bom assim?
“Quando abri a primeira loja, seis anos atrás, ouvi várias coisas sobre o comportamento de compra da carioca que não eram reais. Não sei se foi porque trouxemos as marcas mais incríveis do mundo pra esta cidade, mas ela se mostrou uma cliente ávida pelo nosso produto, e tivemos uma resposta e um resultado muito acima do esperado. A casa era um sonho antigo que fui amadurecendo aos poucos e que pude realizar quando a demanda já pedia um espaço bem maior.”
A NK era uma caixa-preta e agora está numa casa branca, cheia de luz. Foi um processo de “cariocalização?”
“Fomos aprendendo com o mercado carioca ao longo desse tempo; algumas lições até levamos para São Paulo. Quando viemos pra cá, montamos essa grande caixa-preta, que era um ícone da NK, e eu achava que tinha que ser assim; mas, aos poucos, entendemos melhor o estilo de vida da cliente daqui: uma mulher que chega, bate papo, senta, toma um café… e o espaço precisava ser um pouco mais acolhedor. Então, acabamos dando uma “acariocada” e estamos nesta casa cheia de luz, menos sisuda e mais convidativa.”
E os próximos passos?
“Encher o cofre de novo (risos) porque, é claro que, apesar dos excelentes resultados, é um alto investimento num ano que não está fácil. Mas, de alguma maneira, com a crise, nossa cliente passou a viajar menos e a comprar mais no mercado interno, fora o sucesso das coleções nacionais. Tenho uma equipe brilhante no Rio, com um jeito leve de trabalhar, que presta um serviço impecável. Acho que agora estamos no espaço ideal para ela brilhar ainda mais.”
Loja no Rio e em São Paulo, o negócio em expansão e filhos pequenos: como é que você consegue fazer tanta coisa?
“Loja no Rio e em São Paulo, o negócio em expansão e filhos pequenos: como é que você consegue fazer tanta coisa?
Pra mim, a sensação é de ter três bolas na mão; uma está sempre no ar. Mas tenho essa coisa de que, quando estou com meus filhos, estou 100% com meus filhos. Quando estou trabalhando, estou 100% trabalhando. É superdifícil, mas não fico me lamentando porque, ao mesmo tempo, tive a sorte de ter filhos um pouco mais velha, com 34 anos, quando a NK já estava criada, já andava mais sozinha, e não tinha essa demanda de 12 a 14 horas de trabalho por dia que eu tive no começo. As coisas se encaixaram. Mas ainda está longe de ser simples conciliar tudo e ficar bem com todo mundo, porque se não é o filho e não é a loja, é o marido (Natalie é casada com o empresário Tufi Duek)”.