É esse aí o novo ajudante de garçom do Bar Lagoa: Oscar Niemeyer Netto. Não importaria a função, digamos assim, do garoto, de 21 anos, bisneto (apesar do Netto no nome) do maior arquiteto deste país em todos os tempos, um dos nomes brasileiros mais conhecidos no exterior, que precisou parar a faculdade de Economia (no IBMEC) para se bancar, ou seja, para sobreviver.
Criado com folga, tendo tudo na infância e adolescência, poderia ser um desses babaquinhas com que nos deparamos todos os dias por aí. Longe disso! É educado, gentil e, segundo os outros garçons, com humildade para aprender e começar. “Sou assim mais pela minha criação e pela minha forma de pensar mesmo. Estou gostando bastante do trabalho, mas pretendo voltar à faculdade assim que der”, diz Oscar. Perguntado se muitos clientes não demonstram surpresa ao ler a plaquinha com o nome Oscar Niemeyer grafado, ele diz: “Me paparicam um pouco, alguns ficam surpresos e perguntam por que não vou estudar Arquitetura; daí respondo que não escolhi essa profissão, pra evitar comparações. Se eu fosse igual ou pior que o meu bisavô, iriam pegar no meu pé. E surgir outro Oscar Niemeyer no mundo é difícil”. Niemeyer Netto ainda não sabe quanto deve ganhar por mês; começou recentemente.
A família demonstra ser uma gente que parece destemida com qualquer tipo de trabalho: seu pai, Kadu Niemeyer, fotógrafo conhecido, virou taxista, à época, publicado aqui na coluna. Durante as Olimpíadas, vai fazer tour pelo Rio, mostrando os trabalhos do avô.