O ator Guilherme Karan, que morreu nesta quinta-feira (07/07), no hospital Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, vai ser enterrado nesta sexta-feira às 13h, no cemitério São João Batista, sem velório. O pai de Guilherme, o almirante Alfredo Karam, ministro da Marinha no governo João Figueiredo, vai permitir que os amigos se despeçam por meia hora antes de seguir com o caixão para o sepultamento.
Karan tinha a síndrome de Machado-Joseph, doença neurológica degenerativa que causou a morte, também, de dois irmãos e de sua mãe. Segundo a amiga Tessy Calado, atriz, a irmã de Guilherme, Luciana, também luta contra a doença e está em cadeira de rodas. “Ele foi a pessoa mais alegre que conheci, gostava de cantar óperas e também sabia sapatear. Nos conhecemos bem jovens, nas filmagens de “Desgraças de uma criança” e depois ele passou a frequentar a minha casa. Quando eu ia fazer visitas no hospital, era proibido falar da doença”, conta. Acrescenta Tessy: “Ele estava muito bem cuidado, o Almirante era dedicadíssimo ao filho”.
Quem também era muito próxima é a escritora de novelas Glória Perez, que está em Portugal. Ela escreveu no Facebook: “Meu melhor e mais querido amigo. Aqui de Lisboa leio que ele se foi. Todos conhecem a dimensão do artista que ele era: múltiplo, intenso, completo. Mas muito poucos sabem o tamanho do ser humano, a alma delicada, solidária, capaz de grandes e generosos gestos. Amigo mais do que amigo – irmão. O mundo fica muito mais triste sem você…”
Guilherme também adorava escolas de samba e frequentava, nos anos 80, a Unidos do Cabuçu, no mesmo bairro da Zona Norte onde ficou internado. A presidente na época da escola, Therezinha Monte, fala: “Era um incentivador da Cabuçu. Sempre prestigiou a escola desde que ela era do grupo B (ainda não existia a Liga). Fazia questão de fazer sua fantasia e ajudar a escola. Era, além disso, meu amigo pessoal. Programas familiares ou não, ele sempre dizia presente. Descanse em paz, amigo”.