Já são tantos os fotógrafos brasileiros dedicados a clicar recém-nascidos que, além de existir uma associação só para eles, suas fundadoras estão preocupadas com a segurança dos bebês. Neste sábado e domingo (22 e 23/07), Laura Alzueta e Carla Durante fazem, no hotel Vila Galé, na Lapa, um congresso com esse objetivo.
Segundo Carla, o ensaio fotográfico do gênero deve ser feito com o bebê de até 15 dias de vida, “quando a criança ainda está sob o efeito dos hormônios maternos, como se ainda estivesse dentro do útero, com o corpinho flexível”, diz. Depois desse período, conta a fotógrafa, o bebê já fica mais durinho e começa a ter cólicas – é necessário ter em mente que, para fazer as fotos, o fotógrafo tem que colocar o recém-nascido para dormir.
Além de recomendações aparentemente óbvias aos fotógrafos dessa área, como não estar gripado, limpar as mãos com álcool-gel e lavar toda a roupa e acessórios usados pelo neném no ensaio, Carla se preocupa em alertar os profissionais sobre posições que podem colocar em risco a anatomia do bebê. Uma das poses mais pedidas, a do sapinho – o recém-nascido apoia a cabeça nas próprias mãos, com as pernas jogadas para a frente – é feita em duas etapas, com a pessoa segurando a cabeça do bebê e depois, os braços. “A presença do adulto é tirada, depois, com Photoshop, mas quem não sabe disso sacrifica o bebê, tentando achar um ponto de equilíbrio”, continua a fundadora da ABFRN (Associação Brasileira de Fotógrafos de Recém-Nascidos).
Nem a crise financeira enfraqueceu esse mercado – tem mãe que deixa de fazer seu álbum de gravidez para guardar dinheiro para o ensaio do recém-nascido, que varia de R$ 1,2 mil a R$R 2 mil.