Na Flip de 2013, ou seja, há três anos, já se falava em construir uma espécie de deque pelas principais ruas, para facilitar a vida, por exemplo, de autores mais velhos e cadeirantes. Saiu nota aqui no site, falando, entre outras coisas, que ali quem usa cadeira de rodas está ferrado. E, ainda, que um dos grandes patrocinadores do evento é o banqueiro Pedro Moreira Salles, do Banco Itaú, que é… cadeirante. Este ano, o jornalista Jairo Marques, da Folha de São Paulo, escreveu o artigo “Paraty para todos”, criticando a dificuldade de locomoção e derrubando essa de “É patrimônio histórico, não pode mexer”, citando o Coliseu romano (que tem elevador) e Jerusalém (que fez rampas em trechos tido como sagrados).
Vamos ver se o curador Paulo Werneck vai tentar dar um passo pra isso, ainda que a decisão final não esteja em suas mãos. Um ou muitos passos pra ele e pra maioria ficam bem mais fáceis do que para muitas pessoas que vivem em cadeira de rodas, para quem o evento fica praticamente impossível – por exemplo, participar da programação paralela que, nesta 14ª edição (acabou nesse domingo 03/07), bombou mais que a oficial. Em entrevista ao site, João de Orleans e Bragança (personagem que já “faz parte” da feira literária), sugeriu em entrevista aqui no site “Aproveitar tudo de uma cidade que não tem carros nas ruas” – Dom Joãozinho tem muita voz, quem sabe, não pode dar um adianto nessa história?