![No alto, Rocío Bardají e Gabriela Wiener, com o filho Amaro; acima, Julio Ludemir, Gabriela Wiener, Irene Ferraz, diretora da Escola Darcy Ribeiro, Ecio Salles, e o comediante Ricardo Pereira / Fotos: AF Rodrigues](https://lulacerda.ig.com.br/wp-content/uploads/2016/07/14_FLIPFLUPP2016_Fotos040716-A_credito-AF-Rodrigues20160704_28.jpg)
A escritora e jornalista peruana Gabriela Wiener e o humorista português Ricardo Pereira não deixaram indiferentes o público que foi assistir aos dois no debate, essa segunda-feira (05/07), na Escola de Cinema Darcy Ribeiro, com o título “Tudo o que você queria falar sobre sexo e nunca perguntou a um estranho”.
A peruana, que mora em Madri, na Espanha, começou esquentando a noite, afirmando: “No Brasil parece que é um ato político a mulher falar sobre seu desejo e é incrível que ainda seja assim”, disse. Mais adiante, ela teve que admitir que no seu país a situação não é tão adiantada: “No Peru ainda não é regulamentada a união entre pessoas do mesmo sexo”.
Ricardo tocou no ponto do que seria, para ele, o “politicamente correto”: “Há muitas vantagens em deixar os outros falarem. Um estúpido com a boca fechada parece uma pessoa normal”. E o auditório lotado caiu na gargalhada.
Gabriela leu, então, uma das suas colunas publicadas no jornal “El País”, sobre o sexo entre duas grávidas. “E eles publicaram a história. Esse é o tipo de penetração no poder que precisa continuar”, disse, e o público riu novamente. Foi a deixa para as perguntas da plateia: “Vocês conseguem sentir gozo com a literatura brasileira? Como é a penetração da cultura brasileira em Portugal e no Peru?”
Gabriela respondeu: “Na Espanha, eles só leem a eles mesmos. Literatura brasileira é só uma vez a cada dois anos, mas as coisas estão mudando…” Ricardo contou que, em Portugal as pessoas ainda se voltam muito para Estados Unidos e Inglaterra. “Sem querer vos ofender, vocês são iguais a mim”, finalizou. A frase poderia ter sido um anticlímax na noite, mas foi recebida com bom humor pelos cariocas.