O chef espanhol Ricardo Sanz foi convidado para uma participação especial no Sushi Leblon (até esta sexta-feira – 10/06 – mas por mais alguns dias no Brasil), pelos 30 anos do restaurante. Ele tem quatro estrelas no Michelin – sabemos que o máximo são três, mas estamos falando de uma em cada restaurante do grupo: Kabuki e Kabuki Wellington, em Madri, Abama Kabuki, em Tenerife, e Kabuki Raw, em Málaga. Sanz tem muitos fãs no Rio.
O que te trouxe ao Brasil pela segunda vez?
“Vim a convite da Marina Hirsch (uma das sócias do Sushi Leblon). A conheci durante uma visita dela ao meu primeiro restaurante, Kabuki, em Madri. Em 2007, fui convidado para vir ao Brasil pela primeira vez preparar um menu especial para o Sushi Leblon. Este ano, de novo. Posso dizer que vim pela amizade que ficou com todos do restaurante e por amar aventuras.
Quando começou a sua paixão pela culinária japonesa?
“Eu era cliente do restaurante Tokyo Taro, do Masao Kikuchi, mestre do sushi no Palácio Imperial do Japão. Ele me convidou para ser seu assistente depois de me ver cortar presuntos. Achou que a forma como eu manejava as facas seria bem aproveitada na cozinha dele. Trabalhei com meu mestre durante quatro anos e me encantei pela culinária japonesa. Em 2010, fui convidado para participar do concurso ‘Seven Sushi Samurais’, em Londres. Fiquei em quarto lugar, sendo o primeiro colocado entre os ocidentais. Os três primeiros eram japoneses. Isso repercutiu bastante. Tanto que, três anos depois, um programa de televisão me convidou para um duelo. Desafiei o sushiman Shawn, do Jubei, em Taiwan, e venci”.
Como surgiu o Kabuki?
“Abri o primeiro Kabuki, em Madri, no ano 2000. Era um japonês clássico. Aos poucos, fui acrescentando ingredientes típicos da culinária mediterrânea, como azeites e trufas. Fazia pequenas degustações. À medida que os clientes iam aprovando, aumentava a quantidade de pratos no menu com esta característica ‘fusion’. Na Espanha, sou conhecido por oferecer uma cozinha japo-cañi (cañi é uma gíria carinhosa para denominar os madrilenhos)”.
Na Espanha, seus restaurantes são um sucesso e muitos denominam sua culinária original como cozinha Kabuki. Você já é bastante copiado?
“Fico feliz em inspirar outros chefs. Alguns dos meus antigos colaboradores possuem restaurantes próprios que seguem a minha linha, conhecida como cozinha kabuki ou japo-cañi”.
Já experimentou pratos típicos da culinária brasileira? Qual te encantou?
“Conheci diversos restaurantes. Meu hobby é comer. Adorei a feijoada e o churrasco”.
Qual recado deixa para os brasileiros?
“O futuro da culinária brasileira está na Amazônia. A cada dia encontram diversos novos ingredientes. Valorizem a região!”