Morreu esse fim de semana, em sua casa na Tijuca, o garçom mais folclórico do Rio, o Figueiredo do Bar Lagoa. Era assim conhecido porque, mais jovem, se parecia com o ex-presidente homônimo. Ano passado, o empresário Omar Peres, o Catito, quando assumiu o bar, fez questão de prestar uma homenagem ao antigo funcionário, que estava, então, com 100 anos e havia se aposentado há apenas dois: Figueiredo voltou a vestir a roupa branca de garçom e recebeu uma placa. “Ele ficou muito feliz, era apaixonado pelo Bar Lagoa”, conta Catito.
“Muito da fama de antipatia dos garçons do Bar Lagoa se devia a ele”, acrescentou. Isso, ainda segundo Omar, é porque ele não era de ficar paparicando ninguém, era gentil mas só falava com quem ele gostava. E que não eram poucos: vários clientes estão lamentando a morte de Figueiredo, um tipo de garçom em extinção na cidade carioca, espécie de psicólogo, que ouvia os desabafos de cada um e já sabia o que servir antes de a pessoa pedir.