O que veio antes?
Se o conhecimento veio antes da manifestação, ou se a arte, manifestação do pensamento e da realidade, veio antes, e o conhecimento, depois, não importa … A verdade é que uma não existe sem a outra.
Não existe a sobrevivência da arte sem a cultura e vice-versa — uma se define pela outra!
Idêntico paralelo há entre arquitetura e decoração.
O que veio antes: a caverna, a tenda, o abrigo, que definiram o espaço, marcaram o território, ou a identidade e a marca desse espaço?
Na verdade, um não existe sem o outro…
Realizam-se muitos debates sobre esse assunto, e vejo que, até hoje, muitos veem a arquitetura como uma matéria separada e isolada…
Lembro-me da escola Bauhaus do século passado e da visão moderna e contemporânea sobre o estudo da arquitetura.
Lá, não existia esse conceito da arquitetura como um assunto estático, em que a construção se isola de qualquer outro contexto, que não seja a técnica do espaço e a construtiva.
A arquitetura expandia-se em muitas direções – ia de desenhos de tecidos, objetos, móveis até as construções mais sofisticadas, com métodos construtivos inéditos.
A arquitetura laboratorial acredito ser a verdadeira arquitetura até porque o futuro da arquitetura parece expandir-se, como previram, no século passado, os modernos diretores da escola de Bauhaus.
Separar materiais não cria especialistas; cria empobrecimento de conhecimento para os novos profissionais.
A criatividade está associada ao dom pessoal, mas, muito também, ao conhecimento e à liberdade. Por isso, o maior inimigo da criatividade é o preconceito!
Para criar profissionais criativos livres e preparados para do futuro da arquitetura, temos que voltar no tempo, ir para o século passado, quando arquitetura, decoração, arte e cultura fundiam-se.
A escola de Bauhaus será sempre um exemplo e uma referência sobre vários aspectos.
O primeiro foi a formação de incríveis profissionais que criaram novos rumos para a arquitetura e a decoração, indústria de materiais e objetos que mudou o mundo. O segundo, o fechamento da escola por um governo de pensamentos herméticos, no caso o governo nazista de Hitler, que preferiu voltar ao método de ensino tradicional da arquitetura nas universidades de tecnologia.
Na minha visão, separar a arquitetura da liberdade é um erro, e quanto mais conhecimento, melhor para a formação de novos profissionais!
Isso porque a arquitetura tem necessariamente um olhar abrangente; na escala das artes, a arquitetura é classificada como a primeira arte … E essa escala vai até a Sétima Arte, que é o cinema.
Modernamente, o conceito de arte é definido como tudo que se manifesta, criativa e metaforicamente, sobre a realidade e o pensamento.
A arquitetura também deve, através da moradia e da ambientação, refletir criativamente um pensamento sobre a nova realidade do seu tempo.
Separamos lindos exemplos da arquitetura e decoração do século passado (alguns de Bauhaus) e da arquitetura atual, ainda sob influência dessa incrível escola de liberdade e criatividade!