Dom Orani Tempesta já chegou a Campinas, em São Paulo, onde vai participar, no estúdio da TV Século 21, da gravação do DVD pelos 25 anos do missionário Isaías Carneiro. Era para o aeroporto Santos Dumont que ele se dirigia, na manhã de sexta-feira (09/06), quando seu motorista, temendo um atraso, resolveu pegar um atalho por Santa Teresa e os dois acabaram próximos a um tiroteio entre policiais e criminosos nos Morros do Fallet/Fogueteiro.
O arcebispo paulista parece ser feito sob medida para os imprevistos do Rio: durante o tiroteio, quando o religioso e o motorista tiveram que sair do carro e ficaram próximos a passageiros de ônibus também impedidos de seguir adiante, dom Orani não se abalou. Nos 15 minutos de espera, ele nem chegou a rezar: ficou no celular, comunicando seus assessores sobre o que estava acontecendo. Quando chegou a São Paulo, diante da preocupação de todos no estúdio, se limitou a dizer: “Vida que segue”.
Em seu primeiro assalto no Rio, quando descia do Sumaré, também na altura de Santa Teresa, em 2014, ele nada sofreu, porque foi reconhecido pelos ladrões, que tomaram alguns objetos, mas deixaram o carro prosseguir.
No ano passado, em Quintino, a situação foi mais tensa: os quatro bandidos fizeram seu motorista de refém e dom Orani ficou a pé, junto com um casal de amigos italianos e seu assessor. Mesmo assim, ele manteve a calma.
A única coisa que o arcebispo lamenta é ter perdido, no assalto de dois anos atrás, a cruz peitoral em prata que recebeu do Papa João Paulo II, quando foi consagrado bispo. Ele ganhou até outra do Vaticano, mas aquela era especial, vinda das mãos do religioso que virou santo.