O estilista Beto Neves, da Complexo B, acompanhou as 16 horas do julgamento que acabou na madrugada desta quarta-feira (18/05), na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, e no qual foram condenados a 57 anos de prisão, cada um, Romero Gil da Rocha e Pablo Jorge Medeiros. Os dois participaram do assassinato, em 2013, da mãe de Beto, Linete Loback Neves, da sobrinha do estilista, Manuella Neves da Câmara Boueri, e do namorado dela, Rafany Pinheiros, mortos à queima-roupa por um atirador profissional, ainda não julgado. “Foram semanas de angústia, com uma dor no peito incessante. A pena não me conforta nem alivia a minha dor, mas revela exemplo ou desmotivação para outros crimes contra a vida humana”, disse Beto.
Para o empresário, falta agora chegar ao mandante dos crimes que, segundo o processo, é o advogado Michel Salin Saud – que teria encomendado o assassinato de Manuella para se vingar de Rosilene Neves, sua ex-mulher e irmã de Beto, para quem estava perdendo muitas causas na justiça. “Segundo soube, ele vai a júri popular ainda este ano”, conta.
O estilista, que foi o primeiro a chegar à cena do crime, na casa de sua mãe, confessa que nem sabe como conseguiu seguir adiante. Ele explica o porquê de ter criado uma camiseta com a frase “Tenho fé”: “Precisava enxergar alguma coisa além do meu nariz, acreditar no outro, e funcionou como um rebatedor, um mantra que voltou para mim”, diz.