“Merda”, “Break your leg”: são as palavras clássicas para as grandes estreias. E vem mais uma, do projeto de pesquisa em teatro musicado, do professor Rubens Lima Júnior, que já produziu o sucesso “The Book of Mormon“, peça com o maior público no Rio em 2014, com 55 mil espectadores e filas quilométricas, e “O Jovem Frankestein“.
1- Como surgiu o projeto de pesquisa?
O Projeto de Pesquisa Unirio Teatro Musicado surgiu no Centro de Letras e Artes da UNIRIO, no ano de 1995, coordenado pelo Professor Rubens Lima Júnior, com o intuito de desenvolver e aprimorar sua tese de mestrado em teatro musical, “Arthur Azevedo e o Teatro Naturalista”. Neste mesmo ano, a montagem de Kabarett Valentim, de Karl Valentim, reuniu inicialmente 32 alunos em uma temporada de dois meses, na sala Paschoal Carlos Magno, e culminou com a seleção para o Festival de Outono de Madri (Espanha), em novembro de 1995. Quatro apresentações foram realizadas no círculo de Bellas Artes e, posteriormente, em outras cidades espanholas.
2- Qual a metodologia? Os alunos se inscrevem? Tem prova pública?
Sim, eles se inscreveram para o teste. Foram 381 candidatos numa primeira leva, dos quais 180 foram selecionados e observados em testes mais específicos. No final, estávamos com os 32 atores definidos. No entanto, muitos que não passaram para os papéis oferecidos, tornaram-se estagiários da equipe técnica e da produção. A seleção de um musical se baseia em aptidão e noção de canto, dança e interpretação. Essa seleção prefere o ator que consiga combinar essas três linhas, para que a gente possa escolher os protagonistas, personagens, coro e dançarinos.
Como são todos alunos, o foco desse trabalho é observar as possibilidades de cada um, o potencial a ser aproveitado. Somente os alunos de universidades federais podem inscrever-se.
3- O elenco muda de espetáculo para espetáculo? O que tem de fixo?
O elenco muda a cada novo espetáculo. Sempre fazemos testes com alunos das universidades federais, mas temos exemplos de alunos que passaram para mais de um espetáculo e estão conosco há 2, 3 anos.
4- Como foi a ideia de montar “O Mambembe”?
Era um antigo sonho. Eu já havia feito uma montagem de “O Mambembe”, em 1990, e o Projeto Teatro Musicado já havia passado por outras áreas que me interessavam em relação a musicais: ópera-rock (com Rocky Horror e Tommy), musical nacional (com o Cambaio) e comédia musical, quando trabalhei com ícones, como Mel Brooks, Monty Python e os autores de South Park.
Mas eu já sabia que queria retomar um estudo sobre os primórdios do teatro musical brasileiro, e Artur Azevedo foi uma escolha óbvia, porque ele foi praticamente o criador do teatro musical e de revista, no Brasil. E o “Mambembe” é uma peça muito representativa dele.
Nos próximos três anos, pretendo trabalhar com teatro musical brasileiro.
5- O que acha de diferencial nessa montagem?
A história se mantém, assim como a época e os personagens principais, mas é narrada de forma diferente. O texto adaptado se baseia no texto original e tenta não mudar a sintaxe, mas deixa a linguagem mais leve, para o público de hoje.
6- Uma palavra para resumir seu trabalho.
Pode ser uma frase? Amor e paixão ao teatro.
7- Uma palavra para resumir os alunos.
Talento.
Merda ao talento, ao amor e a paixão pelo teatro. Sempre.
Serviço:
Teatro Paschoal Carlos Magno – Palcão da UniRio
Quinta a sábado às 21h
Domingo às 20h
Segunda às 21h